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Irmãos de Itália de Meloni votaram contra reeleição de Von der Leyen

A delegação ao Parlamento Europeu dos Irmãos de Itália, partido da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, votou hoje em bloco contra a reeleição de Ursula von der Leyen, reconduzida na presidência da Comissão Europeia com uma margem confortável.

Irmãos de Itália de Meloni votaram contra reeleição de Von der Leyen
Notícias ao Minuto

15:27 - 18/07/24 por Lusa

Mundo Parlamento Europeu

Depois de, no mês passado, ter sido a única líder europeia a votar contra as escolhas para os cargos de topo da União Europeia, incluindo o de António Costa para presidente do Conselho Europeu -- mas abstendo-se no caso da recondução de Von der Leyen, líder com a qual parecia ter construído uma relação próxima ao longo dos últimos meses -, Meloni manteve a incógnita sobre o sentido de voto dos Irmãos de Itália na eleição de hoje até ao derradeiro momento, tendo o partido revelado após a votação que votou contra.

 

Von der Leyen foi eleita para um novo mandato de cinco anos à frente do executivo comunitário com 401 votos a favor (bem acima dos 360 necessários), graças ao apoio do Partido Popular Europeu (PPE, principal família política, à qual pertence), Socialistas Europeus, Liberais e também Verdes

A dirigente alemã contou, no entanto, apenas com o apoio de um dos três partidos que formam o Governo de coligação em Itália, o Força Itália (PPE), já que aos votos contra da Liga, de Matteo Salvini (Patriotas pela Europa, extrema-direita) juntaram-se também os dos 24 eurodeputados dos 'Fratelli d'Italia', partido de direita radical de Meloni.

As explicações para o voto contra foram dadas em Estrasburgo (França) pelos dois principais responsáveis da delegação dos Irmãos de Itália -- principal força política do grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, direita radical) -, Carlos Fidanza e Nicola Procaccini, que deploraram o facto de a dirigente alemã ter procurado apoios à esquerda e, designadamente, ter colhido o apoio da bancada dos Verdes.

"As escolhas feitas por Ursula von der Leyen nos últimos dias, as orientações políticas, a procura de apoios à esquerda, indo até aos Verdes, tornaram impossível o nosso apoio à sua recondução. A forte mensagem de mudança que saiu das urnas a 09 de junho não foi ouvida", disse, numa conferência de imprensa em Estrasburgo, o líder da delegação, Carlos Fidanza.

"Para nós, votar em Von der Leyen teria significado ir contra alguns dos nossos princípios. Algumas questões impossibilitavam-nos de votar a favor", apontou por seu lado o eurodeputado Procaccini, vice-presidente do ECR, grupo presidido por Meloni.

Os dois responsáveis defenderam, todavia, que o voto contra de hoje do partido contra a recondução de Von der Leyen não afetará a relação institucional entre Roma e Bruxelas, afirmando-se convictos de que a Itália terá na próxima «Comissão Von der Leyen» o papel "que merece".

De acordo com a imprensa italiana, nos dias que antecederam a votação de hoje em Estrasburgo, Meloni falou por duas vezes ao telefone com Von der Leyen, não tendo recebido as garantias que desejava para dar o seu apoio à dirigente alemã, entre as quais uma vice-presidência executiva na próxima Comissão.

Apesar de Von der Leyen ter anunciado hoje algumas medidas que vão ao encontro de ideias defendidas por Itália -- como uma linha mais interventiva na imigração, com o anunciado reforço da Frontex, a criação do posto de comissário para o Mediterrâneo, e uma forte aposta na desburocratização -, a "demasiada abertura à esquerda" demonstrada pela líder alemã ditou o voto contra dos Irmãos de Itália.

Questionada em Estrasburgo, depois da votação, sobre o voto contra dos Irmãos de Itália, Von der Leyen manifestou-se convicta de que teve a "abordagem certa", como o demonstrou a votação final.

"Trabalhámos por uma maioria democrática, por um centro pró-UE. E, no final, apoiaram-me. Penso que a nossa abordagem foi a correta", disse.

O Parlamento Europeu aprovou hoje a recondução de Von der Leyen com 401 votos favoráveis, 284 contra, 15 abstenções e sete inválidos.

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