A localidade foi arrasada, "tornando impossível manter aí as nossas posições defensivas", referiu Nazar Voloshyn, porta-voz das forças terrestres locais, em mensagem enviada à agência noticiosa Associated Press (AP).
A Rússia apoderou-se de Urozhaine nos primeiros dias da invasão militar em larga escala desencadeada em fevereiro de 2022. As tropas ucranianas recapturaram a povoação há cerca de um ano. O Ministério da Defesa russo já tinha reivindicado previamente o seu controlo.
A Rússia está a utilizar um devastador poder de fogo enquanto prossegue a sua ofensiva de verão que tem reduzido a ruínas cidades e vilas. De acordo com analistas, as forças ucranianas estão a recuar em diversas zonas ao longo da linha da frente devido à superioridade do Exército do Kremlin em homens e armamento.
O poder de fogo ucraniano reforçou-se após o Congresso norte-americano ter aprovado na primavera um pacote de ajuda militar, mas considerado insuficiente para travar o avanço russo, em particular na região de Donetsk.
Diversos líderes europeus reúnem-se hoje em Inglaterra para abordar a segurança europeia e o reforço do envio de armamento para a Ucrânia.
Kiev estará a aplicar uma estratégia de contenção para ganhar tempo até à chegada de novas armas e munições ocidentais para a linha da frente. Através da cedência de algum território, e segundo responsáveis militares locais e analistas, a Ucrânia tem garantido melhores posições defensivas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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