Um alemão de 60 anos está provavelmente curado do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), um marco médico alcançado por apenas seis outras pessoas nos mais de 40 anos desde o início da epidemia.
Segundo a NBC, o homem, que prefere manter o anonimato (sendo chamado o 'próximo paciente de Berlim'), foi tratado para leucemia mieloide aguda, com um transplante de células estaminais em outubro de 2015. Deixou de tomar os medicamentos antirretrovirais em setembro de 2018 e mantém-se em remissão viral sem recidiva.
Foi alvo de vários testes ultrassensíveis que não conseguiram detetar qualquer VIH viável no seu corpo.
Numa declaração, o homem disse: "Uma pessoa saudável tem muitos desejos, uma pessoa doente apenas um".
O caso, que, segundo os investigadores, oferece lições vitais para a investigação da cura do VIH, deverá ser apresentado na próxima quarta-feira pelo Dr. Christian Gaebler, médico-cientista da Charité-Universitätsmedizin Berlin, na 25ª Conferência Internacional sobre o VIH, em Munique.
O paciente de Berlim original, Timothy Ray Brown, foi a primeira pessoa declarada curada do VIH em 2008. Brown morreu de cancro em 2020.
Os médicos alertam, contudo, que o tratamento que aparentemente impediu o vírus nos sete doentes só estará disponível para um número restrito de pessoas. Todos contraíram o VIH e mais tarde desenvolveram cancro no sangue, o que exigiu transplantes de células estaminais para tratar a doença.
Os transplantes - na maioria dos casos de dadores selecionados - apresentavam uma resistência rara e natural ao vírus e foram fundamentais para, aparentemente, erradicar do organismo todas as cópias viáveis ou competentes do vírus.
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