O ataque aéreo ocorreu pelas 03h15 (01h15 em Lisboa), quando um 'drone' caiu sobre "um edifício de apartamentos perto do consulado norte-americano em Telavive", referiu um responsável militar israelita durante uma conferência de imprensa sobre o ataque que causou pelo menos uma morte.
Trata-se de um "'drone' muito grande que pode percorrer grandes distâncias", referiu.
O veículo aéreo não tripulado foi detetado pelo exército israelita, mas "um erro humano" fez com que os "sistemas de interceção e de defesa não fossem ativados", explicou.
"Nenhum alarme foi ativado. Isso faz parte do que estamos a investigar. Não soou nenhum alarme em Telavive porque não foi ativado", acrescentou.
Este tipo de ataque, sublinhou o exército, ocorre "quase diariamente" em Israel.
"Desde o início da guerra, estamos a enfrentar uma guerra com múltiplas frentes", explicou, referindo-se ao conflito na Faixa de Gaza e também às tensões na fronteira norte com o Líbano.
Os rebeldes huthis do Iémen reivindicaram entretanto a autoria deste ataque.
"A Força Aérea das Forças Armadas do Iémen [como os huthis se autodenominam] levou a cabo uma operação militar qualitativa, que consistiu em atacar um dos alvos importantes na região ocupada de Jaffa, chamada Telavive israelita", afirmou hoje o porta-voz militar dos Huthis, Yahya Sarea, em comunicado.
O 'drone' "é capaz de evitar os sistemas de interceção do inimigo e não ser detetado pelos radares", acrescentou Sarea, na mesma nota, publicada na rede social X (antigo Twitter).
"A operação atingiu com sucesso os objetivos", disse o responsável, alertando que os huthis "declaram a região ocupada de Jaffa uma área insegura e será um alvo principal dentro do alcance das armas" do grupo.
O ataque foi realizado "em apoio ao povo palestiniano" e "em resposta aos massacres israelitas em Gaza", indicou.
Além da morte de um homem de 50 anos, a explosão deixou ainda alguns feridos, com o número divulgado pelas agências de notícias a variar entre dois e 10.
Entretanto, o presidente da câmara de Telavive anunciou que a cidade elevou o nível de alerta depois do ataque.
Os huthis, próximos do Irão, que controlam parte do Iémen devastado pela guerra, têm vindo a realizar ataques ao largo da costa do país desde novembro.
Defendem que os ataques visam navios que sirvam portos israelitas em solidariedade com os palestinianos, no contexto da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.
Os Estados Unidos, um aliado próximo de Israel, criaram em dezembro uma força multinacional para proteger a navegação na zona estratégica e lançaram os primeiros ataques no Iémen em janeiro, com a ajuda do Reino Unido.
A contraofensiva não dissuadiu os huthis, que dizem estar agora a atacar também navios norte-americanos e britânicos.
Os huthis integram o chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.
A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque do grupo palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que provocou mais de 38.600 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do pequeno enclave palestiniano governado pelo Hamas desde 2007.
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