O balanço, divulgado pela agência noticiosa AFP através de fontes hospitalares, testemunha a violência inédita dos distúrbios neste país asiático e muçulmano de 170 milhões de habitantes, assolado por um desemprego massivo entre os diplomados.
O alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Turk, condenou hoje a repressão a criticou os ataques "particularmente chocantes e inaceitáveis" contra os manifestantes estudantis.
"As manifestações são enormes e é talvez o mais sério desafio" enfrentado pela primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder desde 2009, declarou à AFP Pierre Prakash, diretor do Crisis Group Asie sediado em Banguecoque.
As autoridades reagiram ao proibirem hoje "todas as concentrações, cortejos e reuniões públicas em Daca", a capital, após na quinta-feira terem suprimido a internet e encerrado escolas e universidades no início da semana.
A polícia também anunciou a detenção de um dos principais opositores, Ruhul Kabir Rizvi Ahmed, dirigente do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP). "Está confrontado com centenas de processos", assinalou à AFP Faruk Hossain, porta-voz da polícia em Daca.
Apesar das medidas repressivas, a contestação prossegue por todo o país, com os manifestantes a assaltarem uma prisão no distrito de Narsingdi (centro).
"Os detidos fugiram da prisão e os manifestantes incendiaram" o edifício, declarou à APF um oficial da polícia, que admitiu a fuga de "centenas" de prisioneiros.
As manifestações quase diárias iniciadas no início de julho destinam-se a obter o fim das quotas de admissão no funcionalismo público, com mais de metade reservadas a grupos específicos, em particular aos filhos dos veteranos da guerra de libertação do país contra o Paquistão em 1971 e que favorecem as elites próximas do poder.
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