Obama saúda "amor pelo país" de Biden e deixa em aberto apoio a Kamala
O ex-presidente norte-americano Barack Obama defendeu hoje que Joe Biden mostrou "amor pelo país" ao abandonar a corrida presidencial, num elogio público sem expressar apoio para que a atual vice-Presidente, Kamala Harris, seja candidata pelo Partido Democrata.
© Getty Images
Mundo EUA
"Joe Biden tem sido um dos presidentes mais consequentes dos Estados Unidos, bem como um querido amigo e parceiro para mim. Hoje, também nos recordamos --- mais uma vez --- que ele é um patriota da mais alta ordem", refere Obama numa nota hoje divulgada.
"Sei que o Joe nunca desistiu de uma luta. Para ele olhar para o cenário político e decidir que deve passar o testemunho a um novo candidato é certamente das maiores adversidades da sua vida", comentou o ex-líder norte-americano.
No entanto, Obama afirma que Biden "não tomaria essa decisão se não acreditasse que era o melhor" para o país.
Para o ex-Presidente norte-americano, a carta pública em que anuncia a sua desistência às presidenciais de 05 de novembro "é um testemunho do amor de Joe Biden pelo país --- e um exemplo histórico de um verdadeiro servidor público que, mais uma vez, coloca os interesses do povo americano acima dos seus próprios interesses".
Na sua mensagem, o antigo líder da Casa Branca adverte que o Partido Democrata vai "navegar em águas desconhecidas nos próximos dias".
Joe Biden has been one of America’s most consequential presidents, as well as a dear friend and partner to me. Today, we’ve also been reminded – again – that he’s a patriot of the highest order.
— Barack Obama (@BarackObama) July 21, 2024
Here’s my full statement: https://t.co/Bs2ZumFXxe
Ao mesmo tempo, expressa "uma confiança extraordinária" de que os dirigentes democratas "serão capazes de criar um processo do qual emerja um candidato notável" para defrontar o republicano Donald Trump nas próximas presidenciais.
"Acredito que a visão de Joe Biden de uma América generosa, próspera e unida, que ofereça oportunidades para todos, estará plenamente exposta na Convenção Democrata, em agosto. E espero que cada um de nós esteja preparado para levar esta mensagem de esperança e progresso até novembro e mais além", declara Obama.
Por agora, Barack Obama transmite, em nome também da sua mulher, Michelle, "amor e gratidão" ao casal Biden pela sua liderança "com tanta habilidade e coragem durante estes tempos perigosos", bem como pelo seu "compromisso com os ideais de liberdade e igualdade" em que os Estados Unidos foram fundados.
Joe Biden anunciou hoje que abdica da sua campanha de reeleição e que apoia Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida.
"Acredito que é do interesse do meu partido e do país que me afaste e me concentre apenas em servir como Presidente durante o resto do meu mandato", disse o político democrata numa carta pública.
O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação.
O Presidente dos Estados Unidos disse ter tido "a maior honra" da sua vida nas funções que ocupou durante quase quatro anos e que era sua intenção recandidatar-se.
No entanto, Biden cedeu às pressões no seu próprio partido após o seu mau desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à Casa Branca contra Donald Trump.
Ao longo do debate, Biden pareceu várias vezes ausente e somou erros e hesitações no discurso, levando ao aumento de dúvidas sobre a sua aptidão para um segundo mandato e a que o seu adversário voltasse a descolar nas sondagens.
Pouco depois de ter anunciado a sua desistência, declarou "apoio total e recomendação" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como candidata do Partido Democrata.
"Democratas - é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto", instou.
Trump, que saudou a desistência do democrata e classificou-o como "de longe o pior Presidente da história" dos Estados Unidos, mantinha uma vantagem de três pontos percentuais sobre Joe Biden, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, segundo uma compilação das últimas sondagens hoje divulgada.
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