Obama saúda "amor pelo país" de Biden e deixa em aberto apoio a Kamala

O ex-presidente norte-americano Barack Obama defendeu hoje que Joe Biden mostrou "amor pelo país" ao abandonar a corrida presidencial, num elogio público sem expressar apoio para que a atual vice-Presidente, Kamala Harris, seja candidata pelo Partido Democrata.

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© Getty Images

Lusa
21/07/2024 21:06 ‧ 21/07/2024 por Lusa

Mundo

EUA

"Joe Biden tem sido um dos presidentes mais consequentes dos Estados Unidos, bem como um querido amigo e parceiro para mim. Hoje, também nos recordamos --- mais uma vez --- que ele é um patriota da mais alta ordem", refere Obama numa nota hoje divulgada.

 

"Sei que o Joe nunca desistiu de uma luta. Para ele olhar para o cenário político e decidir que deve passar o testemunho a um novo candidato é certamente das maiores adversidades da sua vida", comentou o ex-líder norte-americano.

No entanto, Obama afirma que Biden "não tomaria essa decisão se não acreditasse que era o melhor" para o país.

Para o ex-Presidente norte-americano, a carta pública em que anuncia a sua desistência às presidenciais de 05 de novembro "é um testemunho do amor de Joe Biden pelo país --- e um exemplo histórico de um verdadeiro servidor público que, mais uma vez, coloca os interesses do povo americano acima dos seus próprios interesses".

Na sua mensagem, o antigo líder da Casa Branca adverte que o Partido Democrata vai "navegar em águas desconhecidas nos próximos dias".

Ao mesmo tempo, expressa "uma confiança extraordinária" de que os dirigentes democratas "serão capazes de criar um processo do qual emerja um candidato notável" para defrontar o republicano Donald Trump nas próximas presidenciais.

"Acredito que a visão de Joe Biden de uma América generosa, próspera e unida, que ofereça oportunidades para todos, estará plenamente exposta na Convenção Democrata, em agosto. E espero que cada um de nós esteja preparado para levar esta mensagem de esperança e progresso até novembro e mais além", declara Obama.

Por agora, Barack Obama transmite, em nome também da sua mulher, Michelle, "amor e gratidão" ao casal Biden pela sua liderança "com tanta habilidade e coragem durante estes tempos perigosos", bem como pelo seu "compromisso com os ideais de liberdade e igualdade" em que os Estados Unidos foram fundados.

Joe Biden anunciou hoje que abdica da sua campanha de reeleição e que apoia Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida.

"Acredito que é do interesse do meu partido e do país que me afaste e me concentre apenas em servir como Presidente durante o resto do meu mandato", disse o político democrata numa carta pública.

O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação.

O Presidente dos Estados Unidos disse ter tido "a maior honra" da sua vida nas funções que ocupou durante quase quatro anos e que era sua intenção recandidatar-se.

No entanto, Biden cedeu às pressões no seu próprio partido após o seu mau desempenho no primeiro debate televisivo, em junho passado, da corrida à Casa Branca contra Donald Trump.

Ao longo do debate, Biden pareceu várias vezes ausente e somou erros e hesitações no discurso, levando ao aumento de dúvidas sobre a sua aptidão para um segundo mandato e a que o seu adversário voltasse a descolar nas sondagens.

Pouco depois de ter anunciado a sua desistência, declarou "apoio total e recomendação" à sua vice-Presidente, Kamala Harris, como candidata do Partido Democrata.

"Democratas - é altura de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isto", instou.

Trump, que saudou a desistência do democrata e classificou-o como "de longe o pior Presidente da história" dos Estados Unidos, mantinha uma vantagem de três pontos percentuais sobre Joe Biden, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, segundo uma compilação das últimas sondagens hoje divulgada.

Leia Também: O abandono de Biden da corrida às presidenciais dos EUA em pontos

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