Líder do exército garante que situação no Bangladesh está "sob controlo"
A situação no Bangladesh está "sob controlo" após a repressão das manifestações que causaram pelo menos 163 mortos, informou hoje o chefe do exército, Waker uz Zaman, em comunicado.
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Mundo Bangladesh
"A situação da ordem pública está sob controlo após o destacamento do exército", afirmou o general Waker uz Zaman, após uma inspeção das tropas em várias partes da capital do país, Daca.
O líder do principal movimento estudantil no Bangladesh tinha suspendido hoje e por 48 horas as manifestações contra as quotas de recrutamento para a função pública, que provocaram uma onda de violência no país nas últimas semanas.
"Estamos a suspender as manifestações durante 48 horas", disse à agência de notícias AFP Nahid Islam, líder do principal movimento organizador das manifestações, o Estudantes Contra a Discriminação.
O líder estudantil pediu ao Governo paquistanês "que levante o recolher obrigatório durante esse período, que seja restabelecido o acesso à internet e o fim dos ataques aos manifestantes estudantis".
Mais de 500 pessoas, incluindo líderes da oposição, foram detidas em Daca após os protestos violentos nos últimos dias contra as quotas de recrutamento para a função pública, declarou hoje a polícia bengali.
"Pelo menos 532 pessoas foram detidas após os atos violentos", disse à agência de notícias AFP, o porta-voz da polícia de Daca, Faruk Hossain.
"Entre esses, estão líderes do BNP", acrescentou o Partido Nacional do Bangladesh, uma formação política da oposição.
O vencedor do Prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus, de 83 anos, apelou hoje à comunidade internacional para colocar um fim à violência no país.
"Apelo urgentemente aos líderes internacionais e às Nações Unidas para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para acabar com a violência sofrida por aqueles que exercem o seu direito de protestar", disse o economista num comunicado.
O Supremo Tribunal do Bangladesh anulou no domingo uma decisão judicial que permitia a atribuição de empregos públicos aos filhos dos veteranos de guerra, um privilégio que provocou grandes protestos de estudantes e uma onda de violência.
Numa audiência especial, realizada devido à violência nas ruas que já causou mais de uma centena de mortos, o Supremo Tribunal decidiu anular a decisão do Tribunal Superior de Daca, proferida no mês passado, que permitia ao Governo conceder um terço dos empregos aos descendentes dos combatentes da guerra de libertação do Bangladesh (1971), informaram vários canais de televisão do país.
No domingo, o Governo do Bangladesh decidiu prolongar o recolher obrigatório, enquanto as comunicações no país continuam cortadas, numa tentativa de conter os distúrbios decorrentes dos protestos estudantis.
Os protestos subiram de tom nos últimos dias e representam o maior desafio para a primeira-ministra, Sheikh Hasina, desde que conquistou o quarto mandato consecutivo, em janeiro, num ato eleitoral boicotado pelos principais grupos de oposição.
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