O senador do Ohio realizou um comício na sua antiga escola secundária em Middletown, a sua cidade natal, onde destacou os seus laços, elogiou o seu companheiro na corrida, o ex-Presidente norte-americano Donald Trump, e atacou a atual vice-Presidente, Kamala Harris, que é agora apoiada por uma torrente de influentes democratas desde que assumiu a sua candidatura a líder da Casa Branca.
"Disseram-me que iria debater com Kamala Harris e agora o presidente Trump irá debater com ela", disse Vance, rindo, segundo a agência Associated Press (AP). Depois acrescentou: "Estou um pouco chateado com isso, para ser honesto".
Vance tentou desviar as críticas de que Trump, que se recusou a aceitar a derrota para Biden em 2020 e tentou anular os resultados, é uma ameaça à democracia.
O senador defendeu que a verdadeira ameaça veio da pressão dos "democratas de elite" que "decidiram atirar Joe Biden ao mar" e depois fazer com que o partido se alinhasse atrás de um substituto sem disputas nas primárias, referindo-se à desistência do Presidente dos Estados Unidos, anunciada no domingo, e indicação de apoio a Kamala Harris.
Vance criticou também a sua adversária democrata, dizendo que, quando faz um discurso, "fala sobre a história deste país não com apreço, mas com condenação".
"Nem tudo é perfeito. Isso nunca vai acontecer. Mas você, se quer liderar este país, deve sentir-se grato por isso. Deve sentir uma sensação de gratidão. E nunca ouço essa gratidão quando ouço Kamala Harris", acusou, sem dar exemplos.
Os aplausos a Vance de uma multidão de cerca de 900 pessoas foram mais silenciosos do que nos comícios estridentes que Trump normalmente realiza, na descrição da AP, mas o senador obteve uma resposta forte quando endossou as políticas "America First" (América Primeiro) do candidato republicano às presidenciais de 05 de novembro.
A campanha de Trump pretende usar Vance, que se tornou no candidato republicano à vice-presidência na semana passada, em estados que são vistos como fundamentais para o caminho até à Casa Branca, o que inclui Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, e locais onde se espera que as raízes operárias e as opiniões populistas do senador tenham eco.
Joe Biden anunciou no domingo que abdica da sua campanha de reeleição e que apoia Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida contra Trump.
O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação.
Em menos de 24 horas, Kamala Harris já conseguiu garantir o apoio de mais de 700 de delegados entre os 1.986 necessários para poder ser a candidata presidencial do Partido Democrata, segundo uma contagem elaborada pela AP, além de somar consideráveis apoios de doadores financeiros.
Para ser candidata contra Trump em novembro, a vice-Presidente norte-americana tem de ser confirmada pelos delegados na Convenção Nacional Democrata, que vai decorrer em Chicago de 19 a 22 de agosto.
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