Republicanos pedem para se evitarem ataques sexistas ou racistas a Harris

Os líderes republicanos dos EUA estão a alertar os membros do partido contra o uso de ataques racistas e sexistas contra a vice-presidente Kamala Harris, que poderá ser candidata presidencial democrata.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
24/07/2024 17:16 ‧ 24/07/2024 por Lusa

Mundo

Estados Unidos

Numa reunião à porta fechada dos republicanos da Câmara de Representantes, na terça-feira, o líder do Comité Nacional Republicano do Congresso dos EUA, Richard Hudson, pediu aos congressistas para se limitarem a criticar Harris pelo seu papel nas políticas do governo liderado pelo Presidente Joe Biden.

 

"Esta eleição deve ser sobre políticas e não sobre personalidades", argumentou o líder da Câmara de Representantes, o republicano Mike Johnson, acrescentando que a campanha não deve centrar-se em matérias pessoais contra Kamala Harris, incluindo a sua etnia ou género.

Os avisos apontam para os novos riscos para os republicanos ao concorrerem contra um democrata que se poderá tornar a primeira mulher, a primeira mulher afro-descendente e a primeira pessoa de ascendência sul-asiática a conquistar a Casa Branca.

O candidato Donald Trump tem um historial de ataques racistas e misóginos que podem afastar grupos-chave de eleitores indecisos, incluindo mulheres suburbanas, bem como eleitores negros e jovens que a campanha republicana procura convencer.

Desde que Biden anunciou que abandonava a campanha de recandidato à Casa Branca, no domingo, os republicanos lançaram uma longa lista de linhas de ataque contra Harris, incluindo a tentativa de a ligar às políticas mais impopulares de Biden e à sua gestão da economia e da fronteira com o México.

Os responsáveis da campanha de Trump e outros republicanos acusaram Harris de ser cúmplice no encobrimento dos problemas de saúde de Biden e têm explorado o seu historial como procuradora na Califórnia, enquanto tentam retratá-la como branda com o crime.

Na reunião de terça-feira, Hudson disse aos congressistas que o Partido Republicano decidiu concentrar-se em como Harris é ainda mais progressista do que Biden e essencialmente responsável por todas as políticas do Governo.

O senador Steve Daines, que preside ao Comité Nacional Republicano do Senado, fez eco desta crítica, classificando Harris como "demasiado liberal".

"Ela não é uma criança católica irlandesa que cresceu em Scranton. É uma liberal de São Francisco", argumentou Daines.

Trump usou um argumento semelhante numa teleconferência com jornalistas na terça-feira.

"Ela é igual à Biden, mas muito mais radical. É uma pessoa de esquerda radical e este país não quer que uma pessoa de esquerda radical o destrua. Ela é muito mais radical do que Biden", disse o candidato presidencial republicano.

Mais tarde, numa entrevista televisiva, Trump afirmou que Harris "destruiu a cidade de São Francisco", quando era ali procuradora.

"Kamala Harris é tão fraca, falhada e incompetente como Joe Biden -- e é também perigosamente liberal", acrescentou a direção de campanha de Trump, num comunicado divulgado esta semana.

Leia Também: "É impressionante o espaço ganho por Kamala Harris em tão pouco tempo"

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