"A decisão da Ucrânia em relação à Eslováquia é um assunto muito, muito sério", sublinhou Pellegrini, acrescentando esperar que Kyiv solucione esta questão "o mais rapidamente possível", sem concretizar as medidas que poderão ser adotadas por Bratislava.
A Eslováquia argumenta que Kyiv violou o acordo de associação com a União Europeia, e quando o país está abrangido por uma exceção para a importação de petróleo russo até ao final de 2024 e que proíbe a interrupção do trânsito de energia.
Na segunda-feira, a Hungria e a Eslováquia solicitaram à Comissão Europeia a mediação com a Ucrânia, após Kyiv ter incluído a petrolífera Lukoil na sua lista de sanções, implicando a interrupção das importações de petróleo para os dois países através do oleoduto Druzhba (Amizade) "e que ameaça o fornecimento energético".
As autoridades húngaras também referiram na terça-feira que irão manter o seu veto aos 6,6 mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para a Ucrânia enquanto permanecer o bloqueio de Kyiv.
A Hungria e a Eslováquia dependem essencialmente das importações de petróleo russo, e apesar das sanções à Lukoil terem afetado o intercâmbio, os dois países continuam a receber fornecimentos de outras empresas russas.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o seu homólogo eslovaco, Robert Fico, ambos definidos de "pró-russos", têm-se oposto ao apoio militar à Ucrânia na sequência da invasão russa e defendem uma solução negociada para terminar com o conflito.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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