Os manifestantes derramaram um líquido vermelho nas ruas, dizendo que simbolizava o sangue dos mortos na Faixa de Gaza e gritaram "Prendam Netanyahu", segundo a descrição da agência Associated Press (AP).
Também levaram uma imagem do chefe do Governo israelita com um fato-macaco laranja de prisioneiro com uma inscrição: "Procurado por crimes contra a humanidade".
Imagens do protesto mostravam ainda manifestantes a realizar um 'die-in', simulando estar mortos, em referência às cerca de 40 mil vítimas, na maioria civis, da ofensiva israelita na Faixa de Gaza desde 07 de outubro contra o grupo islamita palestiniano Hamas.
Num discurso perante as duas câmaras do Congresso, na quarta-feira, Netanyahu defendeu a conduta de Israel durante a guerra, enquanto milhares de manifestantes se aglomeravam perto do Capitólio, marchando pelas ruas da cidade com bandeiras palestinianas e pedindo a prisão do líder israelita.
Na sua intervenção no Congresso, Netanyahu acusou os manifestantes de serem "idiotas úteis do Irão", que disse patrocinar um "eixo de terror" no Médio Oriente e que também atinge os Estados Unidos.
À porta da Union Station, em Washington, os manifestantes retiraram bandeiras norte-americanas e hastearam as palestinianas no seu lugar, sob aplausos da multidão e 'grafitaram' um monumento ao descobridor Cristóvão Colombo.
Numa declaração hoje, a vice-Presidente norte-americana, Kamala Harris, que assumiu a candidatura presidencial democrata nas eleições de 05 de novembro, falou veementemente sobre as ações dos manifestantes.
"O 'graffiti' e a retórica pró-Hamas são abomináveis ??e não devemos tolerá-los na nossa nação", criticou. "Condeno a queima da bandeira americana. Esta bandeira é um símbolo dos nossos mais elevados ideais como nação e representa a promessa da América. Nunca deveria ser profanado desta forma", disse ainda a política democrata que hoje tem previsto um encontro separado com Natenyahu,
O número de manifestantes de hoje foi significativamente menor em comparação com os protestos do dia anterior, refere a AP.
Hazami Barmada, que se descreveu como uma ativista de base, falou através de um megafone sobre a decisão, anunciada no domingo, de Biden de não se recandidatar e de passar o testemunho a Harris nas presidenciais de novembro.
"Biden não abandonou voluntariamente a corrida, Joe Biden foi expulso da corrida", lamentou, acrescentando que "Kamala Harris ainda precisa de provar a sua humanidade" para conquistar a confiança dos eleitores pró-Palestina.
"Não lhe vou dar o meu voto até que mostre que partilha os ideais em que o Partido Democrata deveria acreditar", disse ainda.
Antes de se reunir na Casa Branca com o Presidente norte-americano, o primeiro-ministro israelita expressou a Joe Biden satisfação pela oportunidade de trabalharem juntos nos próximos meses até ao fim do mandato do político democrata.
"Quero agradecer-lhe pelos 50 anos de serviço público e apoio ao Estado de Israel e estou ansioso por dialogar hoje e trabalhar consigo nos próximos meses", declarou o primeiro-ministro de Israel, numa fase em que Biden está a ser desafiado pelos seus adversários republicanos a abandonar a Casa Branca antes do fim do seu mandato devido ao seu estado de saúde.
Segundo a Casa Branca, Biden planeia usar a reunião com Netanyahu para pressionar Telavive e o Hamas a selar uma proposta apoiada pelos Estados Unidos para libertar os restantes reféns na Faixa de Gaza, que se encontram detidos no enclave desde o ataque, em 07 de outubro, do grupo islamita palestiniano no sul de Israel, que provocou quase 1.200 mortos e desencadeou o atual conflito.
O acordo em três fases pretende terminar o conflito no enclave, o que seria uma conquista para o legado do político democrata de 81 anos.
Na sexta-feira, Netanyahu desloca-se à Florida, onde se reunirá com o ex-Presidente norte-americano e candidato republicano às presidenciais de novembro, Donald Trump.
Benjamin Natanyahu proferiu na quarta-feira um enérgico discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano, no qual pediu mais armas aos Estados Unidos para "acelerar o fim da guerra" na Faixa de Gaza e defendeu uma zona desmilitarizada no enclave com uma administração civil no pós-conflito.
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