O porta-voz do ministério, Zhang Xiaogang, confirmou em conferência de imprensa que as patrulhas foram realizadas como parte de um plano de cooperação anual entre as forças armadas chinesa e russa.
Zhang afirmou que a operação "não visou terceiros", "está em conformidade com o direito e a prática internacionais" e "não está relacionada com as atuais situações internacionais e regionais".
A patrulha aérea estratégica conjunta China - Rússia é a primeira a incluir um sobrevoo do Mar de Bering. As patrulhas anteriores cobriram regiões como o Mar do Japão, o Mar do Leste da China e o Pacífico Ocidental, informou o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.
Zhang Xuefeng, perito militar chinês citado pelo jornal, disse que esta última patrulha "marca a primeira vez que os bombardeiros chineses chegam a uma área perto do Alasca", bem como o ponto mais distante alcançado pelos bombardeiros chineses numa missão deste tipo.
"Graças às constantes atualizações, os bombardeiros H-6 da China alcançaram aumentos significativos de capacidade, permitindo-lhes transportar mísseis de longo alcance capazes de lançar ataques contra alvos terrestres e marítimos para além do alcance de interceção hostil", referiu o analista.
Numa patrulha aérea estratégica conjunta em novembro de 2022, aviões chineses aterraram na Rússia e aviões russos aterraram na China. Com base nesta experiência anterior, o especialista deduziu que, nesta última missão, os bombardeiros chineses provavelmente descolaram do território russo, mais perto das águas do Pacífico Norte.
"As forças aéreas chinesas e russas atingiram um elevado nível de interoperabilidade em termos de comando, coordenação, comunicações e apoio logístico", segundo Zhang Xuefeng.
O Comando Norte-Americano de Defesa Aeroespacial (NORAD) comunicou na quinta-feira a deteção, seguimento e interceção de vários aviões russos e chineses que operavam perto do espaço aéreo do Alasca na quarta-feira.
"Esta atividade russa e chinesa na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do Alasca não é considerada uma ameaça, e o NORAD continuará a monitorizar a sua atividade perto da América do Norte e a responder à presença (de aviões)", disse o comando militar norte-americano.
A Rússia e a China acordaram, em março de 2023, reforçar a sua cooperação militar para "aumentar a confiança mútua" entre as suas forças armadas, afirmaram os dois países numa declaração conjunta após uma reunião no Kremlin entre os presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping.
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