"Noventa e cinco líbios foram detidos após uma rusga", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) o porta-voz da polícia, Donald Mdhluli.
"O local foi apresentado como um campo de treino para uma empresa de segurança, mas na realidade é uma base militar", acrescentou o porta-voz.
"Os 95 indivíduos detidos são todos de nacionalidade líbia e estão atualmente a ser interrogados pelas autoridades", adiantou, na sequência de uma operação policial que teve lugar durante a manhã perto de White River, na província nordeste de Mpumalanga, a cerca de 360 quilómetros a leste de Joanesburgo.
"O proprietário da empresa de segurança é de nacionalidade sul-africana", referiu também Mdhluli, sem dar mais pormenores.
Já o porta-voz da polícia nacional, Athlenda Mathe, disse, numa publicação na rede social X (antigo Twitter) que os líbios declararam ter entrado no país com visto de estudantes para receberem treino para guardas de segurança privada, mas as investigações da polícia sugerem que eles estariam em treinos militares.
O canal de notícias Newzroom Afrika TV transmitiu imagens do local das detenções, mostrando um acampamento de estilo militar, com grandes tendas verdes montadas em fila. Dezenas de homens foram vistos em fila à medida que iam sendo detidos.
Jackie Macie, funcionário do governo local, disse que as investigações estavam em curso e que o proprietário da quinta seria interrogado. Segundo a mesma fonte, as autoridades receberam informações de que existiam campos secretos semelhantes perto de duas outras cidades na província de Mpumalanga.
A província faz fronteira com os países vizinhos da África do Sul, Moçambique e Suazilândia, e é uma área de preocupação para as autoridades sul-africanas no que respeita à imigração ilegal.
A polícia e as autoridades não disseram se os campos são suspeitos de estarem ligados a um determinado grupo ou conflito.
Macie adiantou que as investigações iriam agora determinar se existe uma rede de campos na África do Sul e mostrar porque é que aquelas pessoas estavam "a fazer treino militar no (...) país".
A polícia disse que a operação para deter os líbios e fechar o campo começou há dois dias.
Macie referiu que os cidadãos líbios estavam no país pelo menos desde abril.
Desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, a Líbia, país rico em petróleo, tem sido destruida pela violência e dividida entre dois campos rivais. O governo de Abdelhamid Dbeibah, reconhecido pela ONU, no oeste, enfrenta um executivo paralelo afiliado ao campo do marechal Khalifa Haftar, que governa o leste e parte do sul.
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