A inscrição do parque nacional brasileiro na lista da UNESCO foi aprovada durante a reunião anual da organização realizada em Nova Deli, na Índia, sete anos após o Brasil ter indicado o parque entre locais passiveis desse tipo de reconhecimento.
Em agosto do ano passado, a região dos Lençóis Maranhenses recebeu a última visita técnica dos avaliadores da União Internacional para Conservação da Natureza. Em seguida, o processo foi submetido ao comité, que concedeu hoje o título internacional.
Localizado no estado do Maranhão, a ficha do parque elaborada pelo Brasil descreve-o como "um dos destinos mais bonitos do país" e "uma paisagem que não se encontra em nenhum outro lugar do planeta".
"Este é o 24.º sítio brasileiro inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO. Gostaria de parabenizar o Brasil pelo seu firme compromisso com a proteção de seu património cultural e natural", declarou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
Graças à inscrição na lista, "esta impressionante paisagem de dunas e lagoas, moldada por condições climáticas e geológicas excecionais, beneficiará do mais alto nível de proteção internacional", garantiu.
O Parque Nacional dos Lençóis dos Maranhenses está localizado no nordeste do Brasil, na costa leste do estado do Maranhão, numa zona de transição entre três biomas, o Cerrado, Caatinga e Amazónia. Mais da metade de sua área consiste num campo de dunas costeiras brancas com lagoas temporárias e permanentes.
O parque brasileiro destaca-se por ser formado por cerca de 90 mil hectares de dunas móveis que variam entre dez e 30 metros de altura, e que dão origem a um fenómeno incomum quando chove e a água fica presa na parte inferior das dunas, sem se infiltrar no subsolo devido à presença de uma camada de rocha, que cria lagoas de diversas cores.
Além disso, abriga 133 espécies de plantas e 112 espécies de aves, algumas delas endémicas ou ameaçadas. O local foi classificado como parque nacional em 1981.
As deliberações para registar novos ativos estão programadas para continuar até domingo. No total, a UNESCO debate a inclusão de mais de 20 sítios na sua lista.
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