Nas buscas foram detidas sete pessoas, todas de origem chechena, e das três que o juiz decidiu acusar e manter sob custódia judicial, duas são suspeitas de "preparar um atentado terrorista".
Por agora, não há "qualquer indicação concreta de um objetivo específico", acrescentou o Ministério Público belga.
Em declarações feitas na quinta-feira à agência noticiosa France-Presse (AFP), um porta-voz do Ministério Público tinha excluído qualquer ligação comprovada com os Jogos Olímpicos de Paris, insistindo que ainda não tinha sido identificado qualquer alvo específico dos potenciais ataques.
Vários meios de comunicação belgas tinham referido que as detenções ocorreram por precaução no contexto dos Jogos Olímpicos, cuja cerimónia de abertura se realiza hoje sob forte medidas de segurança.
As notícias indicavam que a operação na Bélgica foi realizada em coordenação com as autoridades alemãs, que também realizaram buscas domiciliárias e detiveram na quinta-feira dois alegados membros deste movimento 'jihadista' da Ásia Central.
Abdulraschit D. e Surkho Z., de "nacionalidade russa", foram detidos em solo alemão por suspeita de recolha de fundos para o grupo Estado Islâmico (EI), segundo o Ministério Público Federal alemão.
Hoje, o Ministério Público belga identificou os três suspeitos detidos apenas com as iniciais "A.S.", "A.A." e "K. L.".
Este último é acusado de três crimes de "financiamento do terrorismo", bem como de "participação nas atividades de um grupo terrorista, neste caso o ISKP (acrónimo inglês do EI-K)" e de "preparação de um atentado terrorista".
O tribunal de Antuérpia decidirá, a 31 de julho, se prolonga, ou não, a sua prisão preventiva.
O EI-K é o ramo afegão do grupo Estado Islâmico, que se suspeita ter expandido as suas atividades para a Europa nos últimos anos.
A Chechénia é uma pequena república russa de maioria muçulmana que, nos anos 90, foi devastada por duas guerras sangrentas, obrigando dezenas de milhares de pessoas a exilarem-se, sobretudo na Europa Ocidental.
Cenário de uma rebelião islamista que visa os interesses russos, a região também forneceu combatentes ao EI e a outros grupos 'jihadistas' na Síria e no Iraque durante a última década.
Nos últimos anos, a Bélgica tem testemunhado alguns ataques. Em 22 de março de 2016, 32 pessoas morreram na sequência de dois ataques de terroristas suicidas, o primeiro no aeroporto internacional de Bruxelas, em Zaventem, que se seguiu outra explosão, na estação de metro de Maalbeck, na capital belga.
Estes ataques, os mais mortíferos no país, foram perpetrados pela mesma célula 'jihadista' responsável pelos ataques de 13 de novembro de 2015, que fizeram 130 mortos em Paris.
Mais recentemente, em outubro de 2023, um atirador abateu dois adeptos da seleção sueca de futebol que estavam em Bruxelas para assistir a um jogo entre a Bélgica e Suécia.
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