"Preparar-nos-emos para responder ao Hezbollah, completaremos as nossas avaliações e atuaremos", declarou o porta-voz do exército, o contra-almirante Daniel Hagari.
"Este é o ataque mais mortífero contra civis israelitas desde 7 de outubro", acrescentou numa conferência de imprensa.
O exército israelita atribuiu o ataque ao Hezbollah, que negou a responsabilidade, apesar de ter reivindicado a autoria de outros ataques levado a cabo hoje nos Montes Golã, ocupados por Israel.
Também o governo libanês emitiu um comunicado em que apelou à "cessação imediata das hostilidades em todas as frentes" e condenou todos os ataques contra civis.
A missão das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) anunciou que está a falar com as partes em conflito por forma a acalmar as tensões. "Estamos em contacto com as partes para tentar acalmar as tensões", disse à agência espanhola EFE o porta-voz da missão, Andrea Tenenti.
A polícia, o exército e as equipas de salvamento israelitas anunciaram hoje que "rockets" disparados do Líbano atingiram a cidade de Majdal Shams, nos Montes Golã anexados, no norte de Israel, matando 11 pessoas -- na maior parte jovens que jogavam futebol naquela cidade -, e fazendo 34 feridos, de acordo com o último relatório do exército israelita.
Eli Bin, diretor-geral do Magen David Adom (MDA), o equivalente israelita da Cruz Vermelha, informou ainda que 17 dos 34 feridos se encontram em estado crítico, 10 dos quais são crianças.
Segundo o exército israelita, foram enviados para Majdal Shams - uma cidade na fronteira entre o norte de Israel, sul do Líbano e a Jordânia - helicópteros, ambulâncias e unidades móveis de cuidados intensivos.
"Chegámos a um campo de futebol e vimos destruição e objetos em chamas. Os feridos estavam deitados na relva", declarou o socorrista Idan Avshalom, citado num comunicado divulgado pelo MDA.
"Agentes e especialistas em desativação de bombas da polícia do distrito do norte estão atualmente a proteger a área para evitar qualquer risco adicional para o público", afirmou a polícia num comunicado separado.
O ataque com foguetes ocorreu depois de uma fonte de segurança libanesa ter anunciado que quatro combatentes do movimento islâmico libanês Hezbollah, apoiado pelo Irão, tinham sido mortos por um ataque israelita no sul do Líbano.
O Hezbollah confirmou a morte de quatro dos seus combatentes. O movimento tem trocado tiros com o exército israelita numa base quase diária na zona transfronteiriça desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro.
O Hezbollah afirma que os seus ataques contra Israel têm por objetivo apoiar o seu aliado Hamas e os palestinianos na Faixa de Gaza.
Israel e o Hezbollah têm vindo a trocar ataques desde o dia seguinte ao ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro. Nas últimas semanas, a troca de tiros ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se, com os ataques aéreos israelitas e os ataques com foguetes e drones do Hezbollah a atingirem vários locais cada vez mais longe da fronteira.
A violência de hoje ocorre num momento em que Israel e o Hamas estão a ponderar uma proposta de cessar-fogo que ponha termo à guerra de quase 10 meses e liberte os cerca de 110 reféns que permanecem em cativeiro em Gaza.
O ataque do Hamas em 07 de outubro matou cerca de 1.200 pessoas e fez 250 reféns. Israel lançou uma ofensiva que matou já mais de 39.000 pessoas, segundo as autoridades sanitárias locais.
Leia Também: Rockets disparados do Líbano fazem 9 mortos e 34 feridos nos Montes Golã