Ataque nos Montes Golã. Hezbollah nega "ligação", mas Israel retalia
O ataque no campo de futebol, que ocorreu pouco antes do pôr do sol, seguiu-se a outros incidentes violentos na região transfronteiriça entre Israel e o Líbano, nos quais o Hezbollah disse ter perdido quatro dos seus combatentes.
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Mundo Israel/Palestina
O exército israelita levou a cabo ataques contra “alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano, durante a noite de sábado, numa aparente retaliação contra o incidente que matou pelo menos 12 pessoas, incluindo crianças, na cidade de Majdal Shams, nos Monte Golã anexados. Contudo, o movimento islâmico libanês rejeitou “qualquer ligação” ao ataque e negou "categoricamente todas as falsas alegações".
“Durante a noite, as IDF atingiram uma série de alvos terroristas do Hezbollah tanto no interior do território libanês quanto no sul do Líbano, incluindo esconderijos de armas e infraestrutura terrorista nas áreas de Chabriha, Borj El Chmali e Beqaa, Kfarkela, Rab El Thalathine, Khiam e Tayr Harfa”, adiantou o exército israelita, este domingo, de acordo com o The Guardian.
O porta-voz do exército, o contra-almirante Daniel Hagari, tinha salientado que as IDF estavam a preparar-se “para responder ao Hezbollah”, face ao “ataque mais mortífero contra civis israelitas desde 7 de outubro".
"O Hezbollah disparou um foguete contra crianças que jogavam futebol no norte de Israel. Depois mentiu e afirmou que não tinha sido ele a efetuar o ataque", declarou.
Por seu turno, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha advertido que o Hezbollah pagaria "um preço elevado por este ataque, um preço que não pagou até agora". O chefe do Governo, que se encontra em visita aos Estados Unidos, anunciou ainda que encurtará a sua viagem, ainda que não tenha especificado quando regressará a Israel, altura em que deverá reunir o Gabinete de Segurança.
Já o presidente israelita, Isaac Herzog, acusou o movimento islamita libanês de atacar “violentamente” crianças, “cujo único crime foi saírem à rua para jogar futebol”.
A Casa Branca reafirmou o "apoio indefetível" a Israel, tendo sublinhado que os Estados Unidos “continuarão a apoiar os esforços para pôr termo a estes terríveis ataques", enquanto o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou o "banho de sangue" e apelou a uma "investigação internacional independente".
Ainda assim, o porta-voz principal do Hezbollah, Mohammed Afif, disse à Associated Press que o grupo negava "categoricamente a realização de um ataque a Majdal Shams", não tendo "qualquer ligação com o incidente".
Na mesma linha, o governo libanês emitiu um comunicado em que apelou à "cessação imediata das hostilidades em todas as frentes" e condenou todos os ataques contra civis.
O ataque no campo de futebol, que ocorreu pouco antes do pôr do sol, seguiu-se a outros incidentes violentos na região transfronteiriça entre Israel e o Líbano, nos quais o Hezbollah disse ter perdido quatro dos seus combatentes.
Nas últimas semanas, a troca de tiros ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel intensificou-se, com os ataques aéreos israelitas e os ataques com foguetes e drones do Hezbollah a atingirem vários locais cada vez mais longe da fronteira.
Noutro teatro, apesar dos apelos internacionais à calma na região e a um cessar-fogo no território palestiniano, a guerra prossegue sem tréguas na Faixa de Gaza sitiada, onde, no seu centro, "a escola de Khadija, que albergava uma unidade médica improvisada na região de Deir al-Balah, foi alvo (de um ataque que deixou) 30 mártires e mais de 100 feridos", segundo o Ministério da Saúde do Hamas, através de um comunicado.
Esta foi, pelo menos, a oitava vez que uma escola foi atingida desde 6 de julho. De acordo com a Defesa Civil de Gaza, a estrutura abrigava cerca de 4.000 pessoas deslocadas.
O ataque do Hamas de 7 de outubro matou cerca de 1.200 pessoas e fez 250 reféns. Como resposta, Israel lançou uma ofensiva que matou já mais de 39 mil pessoas, segundo as autoridades sanitárias locais.
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