O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, apelou aos eleitores cristãos para que votem em si nas eleições presidenciais de novembro, tendo atirado que, dentro de quatro anos, “não terão de o fazer novamente”.
“Cristãos, saiam e votem, só desta vez. Não terão de o fazer novamente. Mais quatro anos e tudo estará resolvido, tudo estará bem, não terão de votar mais, meus lindos cristãos”, começou por dizer o candidato republicano, durante um evento organizado pelo grupo conservador Turning Point Action, em Palm Beach, na sexta-feira.
O magnata, que é acusado pelos democratas de ser uma ameaça à democracia, tendo em conta a tentativa de reverter os resultados das eleições de 2020 e a consequente invasão ao Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, não se ficou por aqui.
“Adoro-vos, cristãos. Eu sou cristão. Amo-vos, saiam, têm de sair e votar. Daqui a quatro anos, não precisam de votar outra vez, vamos deixar tudo tão bem que não vão precisar de votar”, disse, citado pela agência Reuters.
Entretanto, a campanha da vice-presidente Kamala Harris considerou que as palavras de Trump implicam "uma promessa para acabar com a democracia".
"Quando a vice-presidente Harris afirma que, nestas eleições, está em jogo a liberdade, di-lo seriamente. A nossa democracia está a ser atacada pelo criminoso Donald Trump. Após os últimos comícios, disse perante uma turba para serem anulados os resultados eleitorais", indicou, em comunicado, numa alusão ao ataque ao Capitólio.
Saliente-se ainda que, em entrevista à Fox News no ano passado, Trump assegurou que, no caso de sair vitorioso nas presidenciais de 5 de novembro, será um ditador "no primeiro dia", para encerrar a fronteira sul com o México e aumentar a exploração de petróleo.
Em maio, durante um evento da National Rifle Association (NRA), defensora da utilização de armas de fogo, Trump aludiu à possibilidade de exercer mais dois mandatos como chefe de Estado, tendo mencionado o presidente democrata Franklin D. Roosevelt (1933-1945), o único que exerceu a presidência durante mais de dois mandatos.
Caso Trump garanta um segundo mandato, apenas poderá cumprir mais quatro anos na qualidade de presidente. Isto porque a Constituição dos Estados Unidos estabelece que os presidentes apenas podem exercer o cargo durante dois períodos, sejam ou não consecutivos. Esta emenda, que limita o exercício do poder a dois mandatos, entrou em vigor em 1951, após a morte de Roosevelt.
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