"As nossas forças destruíram definitivamente as colunas inimigas no sábado. Importante material circulante e armas foram apreendidos ou danificados. Os poucos sobreviventes das fileiras das FAM [Forças Armadas do Mali] e da milícia Wagner (russa) foram feitos prisioneiros", disse um porta-voz da aliança de grupos armados separatistas predominantemente tuaregues (CSP-DPA).
Os combates, numa escala não vista há meses, eclodiram na quinta-feira passada entre o Exército e os separatistas na localidade de Tinzaouatene, enquanto o Estado-Maior maliano anunciava que tinha recentemente recapturado várias localidades na sua missão de reconquistar o território.
Do lado das forças armadas de Azawad, sete soldados foram mortos e 12 ficaram feridos, lê-se no comunicado de imprensa.
"O CSP-DPA saúda esta vitória conquistada pelos seus homens, apoiando com imagens e vídeos durante todas estas batalhas", refere o comunicado de imprensa citado pela agência noticiosa francesa AFP.
"Nenhuma fusão ou outra propaganda subtilmente hostil ao nosso compromisso pode roubar a nossa brilhante vitória", enfatiza.
Quanto às FAMa e aos seus aliados russos, não está disponível nenhuma avaliação consolidada, mas o porta-voz dos separatistas enviou à AFP vários vídeos mostrando numerosos cadáveres no campo de batalha.
Em alguns vídeos, soldados brancos são visíveis entre os prisioneiros, refere a agência noticiosa.
Além dos separatistas, um governante local e um antigo funcionário da missão da ONU em Kidal, cidade a 1.500 quilómetros de Bamako, a capital do país, garantiram à APF que "o Exército do Mali recuou" e que pelo menos 15 combatentes do Grupo Wagner foram mortos ou presos, especificando que se tratava apenas de uma retirada e uma avaliação provisória.
Um executivo do movimento separatista, Mossa Ag Inzoma, assegurou que houve "dezenas e dezenas de elementos do Wagner e FAMa mortos e feitos prisioneiros".
Num comunicado de imprensa, o Exército maliano afirmou que "na noite de 26 para 27 de julho de 2024, unidades das FAMa, patrulhando o setor de Tinzaouaten, no nordeste do país, durante três dias, iniciaram o seu movimento de retirada".
A área "está sob vigilância e a situação está sendo monitorada de perto", afirma, acrescentando: "Cinco alvos terroristas foram eliminados com sucesso por meios aéreos a FAMa."
O Exército do Mali raramente comunica as suas perdas. A pressão dos grupos armados e dos militares no poder silenciou a maioria das fontes independentes de informação nas áreas de operações.
Grupos separatistas armados perderam o controlo de várias localidades no norte do Mali desde 2023, após uma ofensiva do Exército maliano, que culminou na captura de Kidal, um bastião das exigências de independência e uma importante questão de soberania para Bamako.
A ofensiva no norte do país deu origem a numerosas alegações de abusos cometidos contra a população civil pelas forças malianas e pelos seus aliados russos desde 2022, o que as autoridades de Bamako negaram.
Desde 2012, o Mali também tem vido uma situação tensa, pelas ações de grupos próximos à Al-Qaeda e à organização Estado Islâmico e pela violência de grupos comunitários e de camponeses.
A junta liderada pelo coronel Assimi Goïta aumentou os seus atos de rutura desde 2022. Romperam a antiga aliança com a França, ex-potência colonial, e os seus parceiros europeus para se voltarem militar e politicamente para a Rússia.
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