Ronald Rowe - que depôs perante duas comissões do Senado - disse que viajou recentemente para o local do tiroteio na Pensilvânia e admitiu que o que viu deixou-o envergonhado, dizendo que não consegue arranjar uma justificação para a falha no telhado de onde o atirador disparou contra Trump.
Nas audições hoje no Senado, um funcionário do FBI reportou que o autor da tentativa de assassínio tinha uma conta nas redes sociais que defendia a violência política e incluía mensagens com sentimentos antissemitas e contra a imigração.
Os senadores estão a interrogar as autoridades sobre falhas nas horas anteriores à tentativa de assassinato de Trump, na última de uma série de audiências no Congresso dedicadas ao atentado.
Rowe tornou-se diretor interino dos Serviços Secretos na semana passada, depois de Kimberly Cheatle se ter demitido após uma audiência na Câmara de Representantes na qual foi repreendida pelos congressistas por não responder a perguntas específicas sobre as falhas de comunicação anteriores ao atentado de 13 de julho.
"Se isto acontecesse nas Forças Armadas, muitas pessoas seriam despedidas", disse o senador Lindsey Graham, o principal republicano no Comité Judiciário do Senado, comentando as falhas de segurança admitidas pelos Serviços Secretos e pelo FBI.
A audiência ocorre um dia depois de o FBI ter divulgado novos detalhes sobre a sua investigação sobre o atentado, revelando que o atirador procurou 'online' informações sobre tiroteios em massa, centrais elétricas, dispositivos explosivos improvisados e sobre a tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco em maio.
O FBI disse ainda que Trump - candidato presidencial republicano em 2024 - aceitou ser ouvido pelos agentes como vítima de um crime, provavelmente na quinta-feira.
Na sessão de hoje no Senado, as questões foram sobretudo dirigidas a Rowe, uma vez que os senadores exigem respostas sobre como o atirador conseguiu chegar tão perto de Trump.
Os investigadores acreditam que Crooks disparou oito tiros na direção de Trump com uma espingarda AR depois de escalar o telhado de um edifício a cerca de 135 metros de onde Trump discursava, num palco em Butler, Pensilvânia.
Na sua audição, na semana passada, Cheatle reconheceu que os Serviços Secretos falharam na sua missão de proteger Trump.
Cheatle classificou o atentado contra a vida de Trump como o "fracasso operacional mais significativo" dos Serviços Secretos em décadas e prometeu "mover céus e terra" para descobrir o que correu mal e garantir que não se repete.
A diretora dos Serviços Secretos, agora demitida, reconheceu que a sua agência foi informada sobre uma pessoa suspeita duas a cinco vezes antes do tiroteio no comício, mas nada foi feito que tivesse evitado o atentado.
Numa entrevista na noite de segunda-feira ao canal televisivo Fox News, Trump defendeu os agentes dos Serviços Secretos que o protegeram do atentado, mas disse que alguém deveria estar no telhado com Crooks e que deveria ter havido uma melhor comunicação com a polícia local.
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