Venezuela: Internacional Socialista exige transparência dos resultados
A Internacional Socialista, que junta 132 partidos de todo o mundo, expressou hoje preocupação pela situação na Venezuela e exigiu transparência às autoridades locais em relação aos resultados das eleições presidenciais de domingo.
© Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images
Mundo Venezuela
"Exigimos transparência no processo de recontagem e apelamos a uma verificação exaustiva dos resultados eleitorais, a fim de assegurar que estes refletem com exatidão a vontade do povo venezuelano", afirma a Internacional Socialista (IS), num comunicado.
Para esta organização de partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas, a verificação dos resultados das eleições venezuelanas "deve incluir a recontagem completa" de todas as atas de todas as mesas eleitorais, "que devem ser fornecidas sem mais demoras" pela comissão nacional de eleições.
A IS expressa "profunda preocupação pela situação atual na Venezuela", considera "imperativo evitar qualquer forma de violência" e pede às forças de segurança para garantirem "o pleno respeito pelos Direitos Humanos, incluindo o direito à reunião pacífica".
A organização condena ainda "energicamente" a expulsão dos embaixadores do Chile, Uruguai, República Dominicana, Costa Rica, Peru, Panamá e Argentina por parte das autoridades venezuelanas, depois de os diplomatas terem "mencionado a necessidade de um processo justo e democrático".
"Estas ações minam os esforços diplomáticos e a observação internacional, fatores cruciais para a transparência e a legitimidade do processo eleitoral", realça a IS no mesmo comunicado, em que elogia "a determinação do povo venezuelano" por ter votado "em grande número e de forma pacífica".
A Internacional Socialista reúne 132 partidos social-democratas, socialistas e trabalhistas de todo o mundo, incluindo o Partido Socialista português, e é atualmente presidida pelo primeiro-ministro de Espanha e líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) concedeu a vitória ao Presidente Nicolás Maduro nas eleições de domingo, com pouco mais de 51% dos votos, à frente do principal candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, que terá obtido 44% dos votos.
A oposição e parte da comunidade internacional duvidam destes resultados e exigem mais transparência e uma análise das atas eleitorais.
Os resultados estão também a ser contestados nas ruas e cerca de 750 pessoas foram já detidas nos protestos contra a reeleição de Maduro, anunciou hoje o procurador-geral do país, Tarek William Saab, que acrescentou que a maioria foi acusada de "resistência à autoridade" e, "em casos mais graves, de terrorismo".
Pelo menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos protestos em várias cidades da Venezuela, segundo as autoridades.
A Venezuela conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.
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