Hamas anuncia morte do líder em Teerão. "Não vai ficar impune"

O grupo islamita Hamas anunciou hoje a morte do líder, Ismail Haniyeh, num ataque, que atribuiu a Israel, em Teerão, onde se encontrava em visita oficial.

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Lusa
31/07/2024 06:09 ‧ 31/07/2024 por Lusa

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Hamas

"O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerão, depois de participar na cerimónia de posse do novo Presidente iraniano", confirmou o Hamas em comunicado.

 

O anúncio da morte de Haniyeh foi feito pelos Guardas da Revolução iranianos na televisão estatal do país.

Em comunicado, difundido no 'site' Sepah, os Guardas da Revolução, divisão ideológica das Forças Armadas do Irão, afirmaram que o chefe do Hamas e um guarda-costas morreram num ataque à residência de Haniyeh, na capital iraniana.

"A residência de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político da resistência islâmica do Hamas, foi atacada em Teerão e, devido a este incidente, ele e um guarda-costas morreram", de acordo com um comunicado no 'site' Sepah.

Morte "não vai ficar impune"

O grupo islamita palestiniano disse que esta morte "não vai ficar impune".

Também a Autoridade Palestiniana (ANP) e países como Irão, Turquia e Rússia juntaram-se ao coro de vozes que condenaram a morte do líder.

O líder da ANP, Mahmud Abbas, que governa partes da Cisjordânia ocupada, "condenou veementemente o assassínio do líder do Hamas e considerou-o um ato cobarde e um acontecimento perigoso", informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa. Além disso, "apelou às massas e às forças do povo palestiniano para a unidade, a paciência e a firmeza face à ocupação israelita".

Já o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, descreveu "o assassínio" de Haniyeh como "um ato cobarde".

"Obriga-nos a permanecer mais firmes diante da ocupação", sublinhou nas redes sociais.

Até ao momento, as autoridades israelitas não reivindicaram a autoria do atentado nem confirmaram a morte de Haniyeh.

Numa reação, o Irão afirmou que a morte de Haniyeh vai servir para reforçar os laços entre o país e o povo palestiniano.

"O martírio do irmão Ismail Haniyeh em Teerão reforçará os laços profundos e inquebráveis entre a República Islâmica do Irão e a amada Palestina e a Resistência", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kan'ani, citado pela agência de notícias oficial Mehr.

Kan'ani expressou ainda "condolências pelo martírio de Ismail Haniyeh".

Outros países já reagiram à morte do chefe do Hamas, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, que denunciar um "inaceitável assassínio político".

A Turquia condenou o "desprezível assassínio" de Haniyeh, um aliado próximo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

"Mais uma vez, ficou demonstrado que o governo de Netanyahu não tem qualquer intenção de alcançar a paz", escreveu o gabinete do chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan.

Haniyeh nasceu no campo de refugiados de Al-Shati, na Faixa de Gaza ocupada pelo Egito em 1962. Estudou na Universidade Islâmica de Gaza, onde se envolveu pela primeira vez com o Hamas. Licenciou-se em literatura árabe em 1987.

Foi escolhido para dirigir um gabinete do Hamas em 1997 e em 2006 liderava a lista do movimento que ganhou as eleições legislativas palestinianas, transformando-se no primeiro-ministro de um governo de unidade com o Fatah de Mahmud Abbas.

As divergências entre as duas formações terminaram com a expulsão do Fatah de Gaza e a tomada do poder no enclave pelas forças fundamentalistas, governado pelo Hamas desde 2007.

[Notícia atualizada às 08h23]

Leia Também: Israel acusa Irão de preparar atentado contra delegação olímpica

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