"O inimigo sionista lançou um ataque na terça-feira nos subúrbios do sul de Beirute (...) durante o qual um edifício residencial foi atingido. Fuad Shukr (...) encontrava-se no edifício na altura", indicou o Hezbollah, num comunicado.
O exército israelita anunciou na terça-feira à noite que tinha "eliminado" o comandante do grupo xiita pró-iraniano, que considerou responsável por um ataque ocorrido no sábado em Majdal Shams, nos Montes Golã sírios, anexados em grande parte por Israel, que matou 12 crianças e adolescentes.
O Hezbollah negou qualquer envolvimento no ataque em Majdal Shams.
Sobre o ataque de terça-feira nos subúrbios de Beirute, o grupo acrescentou que as equipas de emergência estão a trabalhar para remover os destroços e determinar a verdadeira dimensão da incursão israelita.
"Ainda estamos a aguardar os resultados para que possam ser tomadas as medidas necessárias", afirmou a mesma fonte, citada pela estação de televisão pró-Hezbollah Al Manar.
O Ministério da Saúde libanês anunciou hoje que quatro civis, duas mulheres e duas crianças, tinham sido mortos no ataque. Um relatório anterior referia três mortos e 74 feridos, mas foi divulgado que uma mulher ferida morreu no hospital.
De acordo com o exército israelita, Fuad Sukr é o "oficial militar mais graduado" do Hezbollah e "o braço direito de Hassan Nasrallah", o líder do movimento.
A imprensa local sugere que o ataque em Beirute tenha sido perpetrado por um avião israelita, que lançou três mísseis contra um edifício perto do hospital Bahman, alegadamente com o objetivo de matar o chefe militar do Hezbollah.
O exército israelita garantiu ter sido um ataque "direcionado" a um "quartel-general do grupo" no sul da capital libanesa.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu na segunda-feira uma "resposta severa" ao ataque de sábado.
Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, depois de um ataque sem precedentes dos islamitas palestinianos do Hamas em outubro no sul de Israel, o movimento libanês e o exército israelita têm estado envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço.
Em 2017, os Estados Unidos ofereceram cinco milhões de dólares por informações sobre o paradeiro de Shukr, que identificam como um alto comandante do Hezbollah que integra o conselho da 'jihad', o órgão máximo da milícia e encarregado de coordenar as suas atividades militares.
Segundo Washington, Shukr foi um membro-chave do Hezbollah no planeamento dos atentados bombistas de 1983 em Beirute contra uma base militar norte-americana e que mataram 241 militares, além de 58 cidadãos franceses e seis civis.
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