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Ruanda. Condenado a 20 anos de prisão por crimes no genocídio de 1994

Um tribunal ruandês condenou hoje a 20 anos de prisão Wenceslas Twagirayezu, ruandês de origem dinamarquesa extraditado em 2018 da Dinamarca para ser julgado pelo alegado envolvimento no genocídio de 1994 contra tutsis e hutus moderados.

Ruanda. Condenado a 20 anos de prisão por crimes no genocídio de 1994
Notícias ao Minuto

16:56 - 31/07/24 por Lusa

Mundo Ruanda

O Tribunal de Recurso de Kigali, capital do Ruanda, tomou esta decisão na sequência de um recurso da acusação ruandesa contra a sentença de janeiro da Câmara de Crimes Internacionais e Transfronteiriços do Supremo Tribunal, que tinha absolvido Twagirayezu.

 

Na altura, os juízes argumentaram que os depoimentos das testemunhas contra o acusado eram contraditórios e que havia provas de que ele se encontrava na vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) e não no Ruanda na altura do massacre.

Mas na sua decisão de quarta-feira, o juiz argumentou que "quando alguém sai do país, utiliza documentos emitidos pelo Governo e o arguido não conseguiu apresentá-los perante o tribunal".

Assim, "o tribunal considera o recurso da acusação justificado e condena o arguido a 20 anos de prisão", concluiu o juiz.

O advogado de Twagirayezu, Félicien Gashema, declarou após o anúncio da sentença que a decisão "ultrapassa a compreensão", escusando-se a acrescentar mais declarações.

Twagirayezu, um antigo professor primário, foi acusado de ter cometido crimes relacionados com o genocídio na comuna de Rwerere, no distrito de Rubavu, no noroeste do Ruanda.

Durante o julgamento inicial no Tribunal Superior, o arguido chamou 26 testemunhas, incluindo 13 cidadãos democrático-congoleses que, segundo ele, poderiam provar que estava na RDCongo quando o genocídio eclodiu.

Depois de fugir do Ruanda, Wenceslas Twagirayezu chegou à Dinamarca, cuja nacionalidade obteve, mas foi extraditado em dezembro de 2018 e a acusação pediu inicialmente a prisão perpétua.

O genocídio começou em 07 de abril de 1994, um dia depois de o avião que transportava os Presidentes do Ruanda, Juvenal Habyarimana, e do Burundi, Cyprien Ntaryamira (ambos hutus), ter sido abatido sobre Kigali, provocando-lhes a morte.

O massacre que se seguiu - o Governo ruandês atribuiu o assassínio aos rebeldes tutsis da Frente Patriótica Ruandesa, contra os quais estava em guerra desde 1990 - matou pelo menos 800 mil tutsis e hutus moderados em pouco mais de três meses, naquele que é considerado um dos piores massacres étnicos da história recente da Humanidade.

Leia Também: RD Congo e Ruanda acordam cessar fogo a partir de 4 de agosto

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