Nas imagens transmitidas em direto pela televisão russa, foi possível ver como Vladimir Putin abraçou em primeiro lugar, ao pé da escada do avião, Vadim Krasikov, o agente do Serviço Federal de Segurança (FSB) condenado a prisão perpétua na Alemanha pelo homicídio em 2019 de um cidadão georgiano.
A libertação do agente do FSB suscitou críticas da Amnistia Internacional (AI) e da família da vítima.
A secção alemã da AI denunciou, em comunicado, "um passo no sentido da extensão da impunidade judicial".
Uma operação de troca de prisioneiros entre a Rússia e vários países ocidentais permitiu a libertação de 26 pessoas, a maior troca desde 1985, noticiou a agência de notícias Efe.
Putin cumprimentou um a um os prisioneiros libertados, com quem mais tarde se encontrou num evento privado no edifício do aeroporto, onde chegaram de Ancara, onde ocorreu a troca.
"Gostaria de os felicitar, muito obrigado", sublinhou depois, agradecendo em particular aos que servem no Exército russo "pela sua lealdade".
Além disso, prometeu que todos receberão medalhas estaduais e que em breve falarão sobre o seu futuro.
Anna Valereva Dulceva ficou especialmente emocionada, chorando num abraço do chefe do Kremlin, que lhe ofereceu um ramo de flores na presença dos seus dois filhos.
Estava acompanhada pelo marido, Artem Viktorovic Dulcev, que juntamente com a mulher se confessaram culpados de acusações de espionagem e falsificação de documentos perante a Justiça eslovena.
Os reclusos foram recebidos com honras de Estado, pois uma guarda de honra e uma passadeira vermelha aguardavam-nos à saída do avião a caminho do edifício do aeroporto.
O evento contou ainda com a presença do chefe do Serviço de Informações Estrangeiras, Sergei Narishkin, e do ministro da Defesa russo, Andrei Beloúsov.
O FSB confirmou a libertação dos oito russos presos nos países da NATO, em troca de 15 russos e estrangeiros que cumprem penas nas prisões deste país, e de um cidadão alemão condenado à morte na Bielorrússia.
Os outros quatro russos libertados foram Mijaíl Mikushin, condenado por espionagem na Noruega, Román Selezniov, que cumpria 27 anos de prisão nos EUA, Vladislav Kliushin, condenado naquele país a nove anos por crimes informáticos e Vadim Konoschenok, detido na Estónia e extraditado para os EUA por comprar equipamento eletrónico para a indústria militar russa.
Putin perdoou então 13 dos dezasseis prisioneiros entregues pela Rússia e pela Bielorrússia aos países ocidentais, incluindo três norte-americanos -- incluindo o jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich -, cinco alemães e oito russos, na maioria ativistas e opositores.
A lista dos perdoados não incluía três cidadãos alemães que foram libertados: Rico Krieger, perdoado esta semana pelo Presidente bielorrusso, Alexandr Lukashenko, depois de ter sido condenado à morte por terrorismo, e German Moyzhes e Patrick Schoebel, que a Justiça russa nunca condenou formalmente por alta traição e tráfico de droga, respetivamente.
O Kremlin expressou gratidão aos líderes de todos os países que participaram na troca de prisioneiros.
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