Venezuela. Sede do partido da oposição alvo de roubo de documentos
O partido da líder opositora venezuelana María Corina Machado denunciou hoje um assalto à sua sede, durante a madrugada, quando seis homens armados e com o rosto coberto "subjugaram os seguranças" para "levar equipamentos e documentos".
© Gaby Oraa/Bloomberg via Getty Images
Mundo Venezuela
"Urgente. Assalto às 3 a.m. com armas de fogo em 'El Bejucal', sede nacional do Comando Con Venezuela e escritório de María Corina Machado. Seis homens encapuzados e sem identificação subjugaram os seguranças, ameaçaram-nos e prosseguiram, a pintar, partir portas e levar equipamentos e documentos", relatou o partido político, "Vente Venezuela", através da rede social X.
Na mensagem publicada na rede social, acompanhada de dois vídeos e uma fotografia, o partido denunciou "o ataque e a insegurança" a que os seus membros estão a ser "submetidos", segundo sublinhou, "por razões políticas".
A força partidária também alertou "o mundo" para a necessidade de proteção dos seus membros.
Corina Machado, com o apoio do seu partido, liderou a campanha da maior coligação da oposição venezuelana, encabeçada pelo candidato Edmundo González Urrutia, que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais, de domingo passado, atrás do partido no poder e do Presidente Nicolás Maduro, com uma diferença de 704.114 votos, quando ainda faltavam contar mais de dois milhões de votos.
O organismo eleitoral argumentou que tinha sofrido um ataque informático, o que não o impediu, no entanto, de atribuir a Maduro uma "vitória irreversível", disse o seu presidente, Elvis Amoroso, no domingo à noite, no primeiro e único boletim informativo oficial emitido até ao momento.
Ainda são desconhecidos os resultados finais, mas a oposição reivindica vitória desde a noite de domingo e tem vindo a publicar na Internet várias atas eleitorais.
De acordo com a página resultadosconvzla.com, hoje, quando afirmam ter digitalizado 81,25% das atas, Edmundo González soma 67% dos votos (7.173.152 votos), contra 30% para Maduro (3.250.424).
A dúvida gerada deu origem a protestos em vários estados do país desde a passada segunda-feira, com as forças de segurança a reprimir as manifestações, o que resultou, segundo dados oficiais, na detenção de mais de 1.200 pessoas, a quem são atribuídos vários crimes, incluindo terrorismo.
Para além disso, foram mortas 12 pessoas, incluindo um membro das forças armadas. A oposição estima que as vítimas mortais já são 16.
Os acontecimentos alertaram vários setores do país, bem como a comunidade internacional, onde várias nações, entre as quais Portugal, exigem que as instituições venezuelanas publiquem as atas eleitorais completas.
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