"Todos podemos confirmar, sem sombra de dúvida, que o legítimo vencedor e Presidente eleito é Edmundo González", escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Diana Mondino, na sua conta da rede social X, onde também partilhou uma ligação para uma página da internet em que a oposição afirma estar a partilhar as atas oficiais da votação das eleições presidenciais.
A Argentina aguarda a chegada do pessoal da sua embaixada na Venezuela nas primeiras horas da manhã de sábado, após a sua expulsão (e a de representantes de outros seis países da região) pelo governo de Nicolás Maduro em repúdio às suas "ações e declarações interferentes" sobre as eleições presidenciais.
Na embaixada argentina em Caracas encontravam-se também, desde 20 de março, seis venezuelanos asilados, membros do comité de campanha da líder opositora María Corina Machado, e que eram perseguidos pela polícia de Maduro.
Também os Estados Unidos reconheceram esta quinta-feira a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em "provas incontestáveis".
"Tendo em conta provas incontestáveis, é claro para os Estados Unidos e, sobretudo, para o povo venezuelano, que Edmundo Gonzalez Urrutia obteve mais votos na eleição presidencial de 28 de julho", disse o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.
O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto e mostra que Edmundo González Urrutia "recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável".
Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Nicolás Maduro Presidente reeleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente. Maduro pediu, na quarta-feira, ao Supremo Tribunal de Justiça do país que certifique os resultados das eleições presidenciais de domingo.
O anúncio oficial tem sido contestado nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança.
Segundo dados oficiais, foram já detidas mais de 1.200 pessoas, a quem são atribuídos vários crimes, incluindo terrorismo.
Para além disso, foram mortas 12 pessoas, entre as quais um membro das forças armadas. A oposição estima que as vítimas mortais já são 16.
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