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"Precipitado". Ucrânia lamenta corte de relações anunciado pelo Mali

A Ucrânia lamentou hoje a decisão, que classificou como "precipitada", do Mali, de cortar relações diplomáticas, anunciada domingo pela junta militar que está no poder em Bamaco mercê de um golpe de Estado.

"Precipitado". Ucrânia lamenta corte de relações anunciado pelo Mali
Notícias ao Minuto

16:41 - 05/08/24 por Lusa

Mundo Ucrânia

"A decisão do Governo de transição da República do Mali de cortar as relações diplomáticas com a Ucrânia é de vistas curtas e precipitada", considerou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano em comunicado.

 

Na base do anúncio está o alegado envolvimento dos serviços de informações ucranianos numa pesada derrota do exército maliano, apoiado pelos mercenários do grupo paramilitar russo Wagner, no final de julho, num combate contra secessionistas e extremistas islâmicos.

Após esta derrota, em que dezenas de mercenários e soldados malianos foram mortos, segundo os secessionistas e os extremistas islâmicos, um porta-voz dos serviços de informações militares ucranianos, Andriy Yusov, insinuou que Kyiv tinha fornecido informações aos rebeldes para que estes pudessem levar a cabo o seu ataque.

As autoridades malianas acusaram Yusov de "confessar o envolvimento da Ucrânia num ataque cobarde, traiçoeiro e bárbaro", criticando Kyiv por "apoiar o terrorismo internacional".

O serviço diplomático ucraniano garantiu hoje que a Ucrânia "adere incondicionalmente às normas do direito internacional" e "rejeita firmemente as acusações do Governo de transição do Mali".

"É lamentável que o Governo de transição da República do Mali tenha decidido romper as relações diplomáticas com a Ucrânia sem proceder a uma análise aprofundada dos factos e das circunstâncias do incidente no norte do Mali", lê-se no comunicado do ministério ucraniano.

A Ucrânia "reserva-se o direito de tomar todas as medidas políticas e diplomáticas necessárias em resposta às ações hostis" das autoridades malianas, acrescenta.

Desde 2022, a junta militar do Mali rompeu com a França e os seus parceiros europeus, voltando-se para a Rússia em busca de apoio militar e político.

A batalha de Tinzaouatene, registada entre 25 e 27 de julho, resultou na derrota de uma unidade de militares e mercenários do grupo Wagner, que se confrontaram com os secessionistas tuaregues e com extremistas islâmicos aliados da Al-Qaida.

Wagner reconheceu a derrota e as baixas entre as suas fileiras, enquanto a Al-Qaida referiu a morte de 50 mercenários e 10 militares malianos, e os secessionistas calculam em 84 o número de mortos entre os membros russos do grupo.

Após a derrota, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, garantiu ao seu homólogo maliano, Abdoulaye Diop, que a Rússia ajudará o Mali a reforçar o seu exército.

Leia Também: Mali anuncia corte das relações diplomáticas com a Ucrânia

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