Shoigu fez esta declaração durante uma reunião com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o major-general Mohammad Baqeri, na qual discutiram os desenvolvimentos regionais e a cooperação bilateral em questões de segurança e projetos comerciais, informou a IRNA.
Baqeri, por sua vez, destacou as relações estratégicas entre Teerão e Moscovo.
"As relações entre o Irão e a Rússia são estratégicas, profundas e de longo prazo", disse o alto funcionário militar iraniano, que também saudou a cooperação tripartida com a China.
À sua chegada a Teerão, Shoigu teve uma reunião com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Ali Akbar Ahmadian, e está também prevista uma reunião com o Presidente iraniano, Masud Pezeshkian.
A visita do antigo ministro da Defesa russo ao Irão ocorre numa altura de grande tensão no Médio Oriente, devido à possibilidade de um ataque iraniano iminente contra Israel, em retaliação pelo assassínio do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, em 31 de julho.
Sobre esta morte, o ministro interino dos Negócios Estrangeiros do Irão, Ali Bagheri Kani, criticou o Conselho de Segurança da ONU por não ter reagido ao ataque, que o Irão atribuiu a Israel.
"A indiferença perante a injustiça conduz à inação e a passividade e a inação tornam o criminoso mais agressivo", advertiu Bagheri numa mensagem publicada na sua conta na rede social X.
"O assassínio de Haniye faz parte do projeto de genocídio palestiniano. Nada mais (...). O Irão responsabiliza por este crime o bando criminoso que governa a Palestina ocupada", disse, avisando que "esta ação não pode ficar sem resposta". "A resposta do Irão será firme", reiterou.
Bagheri enquadrou o ataque como parte da "ocupação sangrenta e colonização das terras palestinianas e da deslocação e genocídio contínuos de uma nação", que descreveu como "um dos piores males do século passado".
E referiu-se, em particular, aos últimos dez meses de "crueldade e arrogância" de Israel, perante um "sentimento de impunidade" devido ao apoio dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.
"A tolerância para com as ações terroristas do regime israelita invalida todas as regras e normas da vida internacional pacífica, bem como as normas que regem as relações internacionais", acrescentou.
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