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Os pontos fortes e fracos do candidato a vice-presidente de Kamala Harris

Tim Walz passou de desconhecido na política norte-americana a potencial próximo vice-presidente dos Estados Unidos, uma escolha considerada segura para a nomeada democrata Kamala Harris.

Os pontos fortes e fracos do candidato a vice-presidente de Kamala Harris
Notícias ao Minuto

09:54 - 08/08/24 por Lusa

Mundo EUA

 

"É uma escolha muito convencional", disse à Lusa o cientista político Brian Adams, professor na Universidade Estadual da Califórnia em San Diego.

"Equilibra o 'ticket' com alguém do centro oeste, embora o Minnesota não esteja em contenção", continuou. "É uma escolha muito cautelosa".

O governador do Minnesota passou 24 anos na Guarda Nacional, foi professor do secundário e treinador de futebol, antes de 12 anos na Câmara dos Representantes. 

Durante grande parte da sua carreira política, foi visto como algo moderado, focado em questões que preocupam o que os analistas chamam de "América do interior".

Esse é um dos pontos mais fortes de Tim Walz, já que traz à campanha democrata alguém com quem os americanos das zonas rurais -- mais associados aos republicanos -- se conseguem identificar. Tem armas, é caçador e serviu no exército. 

Por outro lado, apela às classes trabalhadoras, tendo passado muitos anos como professor. Uma das suas legislações mais significativas foi a disponibilização de refeições gratuitas nas escolas, medida que ajuda os estudantes mais desfavorecidos. 

É conhecido pelas posições em prol dos sindicatos, legalizou o uso recreativo de marijuana e expandiu as verificações de cadastro para quem quer comprar armas, apesar de defender o direito consagrado na Segunda Emenda. 

Para a ala progressista, os pontos mais fortes do governador passam pelo clima e acesso a cuidados de saúde. Walz é considerado um "campeão" das causas climáticas, tendo assinado uma das legislações estaduais mais ambiciosas do país: o Minnesota terá de eliminar a 100% o carbono da geração de eletricidade até 2040. 

Foi também o primeiro governador a codificar na lei o acesso ao aborto após a revogação de Roe v. Wade pelo Supremo, em 2022, e assinou uma lei que protege o acesso a cuidados de saúde de afirmação de género. 

Estas questões, que são pontos fortes para os eleitores democratas, estão a ser alvo da oposição republicana. Tanto a campanha de Donald Trump como outros republicanos notáveis, de Ron DeSantis a Lindsey Graham, caracterizaram Tim Walz como "extremista" e radical, dizendo que irá compor com Kamala Harris o ticket "mais à esquerda" da história dos Estados Unidos. 

Isso, para o professor Brian Adams, é factualmente incorreto. "Harris não é super liberal. Não o foi enquanto procuradora nem enquanto senadora", afirmou o politólogo. "Não é uma caracterização correta".

Mesmo que Tim Walz se tenha tornado mais progressista, em especial como governador, Adams também salientou aquilo que é senso comum em política americana: "Os vice-presidentes não são tão importantes no cômputo geral". 

O objetivo mais forte que são chamados a cumprir é não causarem danos à campanha do candidato a presidente, e o currículo de Walz consegue fazê-lo, segundo a maioria das análises que se seguiram ao anúncio da escolha. 

O que a oposição republicana está a fazer para contrariar essa ideia, além de tentar caracterizá-lo como radical, é criticar a sua resposta aos motins raciais de 2020, quando o afroamericano George Floyd foi morto pelo polícia Derek Chauvin em Minneapolis. 

Duas pessoas morreram e mais de 600 foram presas durante os protestos, com Trump e aliados a acusarem Tim Walz de ter sido demasiado lento a controlar a situação.

Apesar dos pedidos por parte do 'mayor' Jacob Frey e do chefe da polícia de Minneapolis, Walz só acionou a Guarda Nacional três dias após o início dos motins, levando oficiais locais a dizerem, sob anonimato, que tinham sido abandonados. 

Este é um dos pontos mais fracos do governador, já que as imagens de cidades a arder durante o verão quente de 2020, sublevado pelo confinamento da covid-19, levaram a críticas eficazes das cidades democratas junto do eleitorado mais moderado e conservador. 

Os republicanos estão também a atacar o candidato por ter posto as escolas a oferecer produtos menstruais nas casas de banho, usando a expressão "Tampon Tim" para o criticar. 

Leia Também: Gwen Walz. Quem é a mulher do candidato a 'vice' de Kamala Harris?

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