O serviço de emergência do Crescente Vermelho disse que os seus paramédicos trataram "um ativista estrangeiro, de 40 anos, que foi atingido por munições reais na coxa durante confrontos com as forças de ocupação na cidade de Beita, perto de Nablus", na sexta-feira.
As ONG identificaram o ativista como Amado Sison e disseram que é de nacionalidade norte-americana, explicando que foi ferido durante um protesto contra o estabelecimento de um colonato israelita na zona palestiniana.
O Exército israelita disse à agência de notícias espanhola EFE que as suas tropas "usaram meios de dispersão de distúrbios e dispararam balas reais para o ar para dispersar a manifestação" e confirmou ter recebido um relatório de "um cidadão estrangeiro que foi acidentalmente ferido" e transportado para o hospital.
Os soldados dispararam munições reais, granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo durante uma "manifestação pacífica" semanal contra a expansão dos colonatos israelitas perto de Jabal Sabih, que provocou confrontos entre civis e tropas, informou a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa.
Israel tomou o controlo da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967 e, desde então, tem mantido uma ocupação militar deste território palestiniano.
Além disso, o Governo de Israel, composto por ministros de extrema-direita e antiárabes, promove uma política de expansão dos colonatos, que é frequentemente apoiada pelo Exército no terreno.
Todos os colonatos israelitas são ilegais à luz do direito internacional e, em 19 de julho, o Tribunal Internacional de Justiça declarou que a ocupação da Cisjordânia por Israel é ilegal e que as suas práticas em terras palestinianas "violam o direito internacional".
Desde então, vários países considerados aliados de Israel, incluindo os EUA, a Grã-Bretanha, a UE, a França, o Canadá e até o Japão, afirmaram que iriam reforçar as suas sanções contra indivíduos e organizações envolvidos com os colonos.
Israel utilizou os mais de dez meses de guerra na Faixa de Gaza para expandir os colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupada e "acelerar o processo de anexação" dos territórios palestinianos, denuncia a ONG israelita Peace Now.
A Cisjordânia ocupada está a viver a maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-05) e, até agora, em 2024, pelo menos 278 palestinianos foram mortos por fogo israelita, a maioria dos quais alegados milicianos ou atacantes, mas também civis, incluindo cerca de 51 menores, segundo a contagem da EFE.
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