Ministro israelita critica Netanyahu por negociar trégua com o Hamas

O ministro da Segurança Nacional de Israel, o colono de extrema-direita Itamar Ben Gvir, acusou hoje o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de cometer um "grave erro" ao participar nas próximas conversações sobre uma possível trégua na Faixa de Gaza.

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© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images

Lusa
11/08/2024 09:47 ‧ 11/08/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Ben Gvir considerou que participar na trégua, patrocinada por uma proposta dos Estados Unidos, equivaleria a render-se ao Hamas.

 

"Estamos a esmagar o Hamas", disse Ben Gvir numa entrevista à estação de rádio local 103 FM, que foi divulgada hoje pelos meios de comunicação locais. "Então agora devemos ir a uma conferência e rendermo-nos? Isto é um erro grave do primeiro-ministro (Benjamin Netanyahu)", defendeu.

Em 8 de agosto, os países mediadores exigiram que Israel e o Hamas "retomassem as conversações urgentes" em 15 de agosto - em Doha ou no Cairo - para colmatar todas as "lacunas remanescentes e iniciar a implementação do acordo sem mais demoras".

A iniciativa recebeu um apoio generalizado da comunidade internacional e Israel - que continua à espera de um ataque do Irão e do Hezbollah após o assassínio em Teerão do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh - aceitou enviar uma delegação.

No sábado, na mesma linha, o ministro das Finanças de Israel, o ultranacionalista e colono Bezalel Smotrich, apelou aos EUA para que "respeitem a democracia israelita e a posição dos seus funcionários", depois de o porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, ter avisado na sexta-feira que o governo dos EUA não permitirá que os "extremistas" façam descarrilar as negociações de tréguas.

"O acordo de rendição deixa morrer a maior parte dos reféns, liberta muitos assassinos, devolve os terroristas ao norte da Faixa de Gaza, abandona a fronteira e permite ao Hamas contrabandear armas e restaurar o seu poder para regressar e atacar Israel", escreveu Smotrich na sua conta X no sábado.

Desde dezembro passado, a perspetiva de um acordo tem sido bloqueada pela recusa de Israel em aceitar um cessar-fogo permanente em Gaza, onde mais de 39.700 palestinianos - na maioria mulheres e crianças - já foram mortos e pelo menos 91.700 ficaram feridos, de acordo com dados não atualizados de há três dias do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

A atual proposta dos mediadores baseia-se nos princípios delineados em maio pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que incluem uma primeira fase de seis semanas em que haveria um cessar-fogo total, as tropas israelitas seriam retiradas de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza e alguns reféns seriam trocados por palestinianos detidos nas prisões israelitas.

Leia Também: Netanyahu reitera que Israel está preparado para defesa e ataque

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