Morreu, aos 100 anos, Takashi Morita, que sobreviveu à bomba atómica de Hiroshima, quando era polícia e militar no país. A notícia foi avançada na segunda-feira pela imprensa brasileira. Morita vivia no Brasil desde os seus 31 anos, onde deu palestras sobre a paz até aos 95.
O pacifista foi um dos sobreviventes da bomba atómica, que matou de imediato entre 60 mil a 80 mil pessoas, em 1945.
Segundo as publicações brasileiras, Morita deixava um pedido nos últimos anos, apelando a que "nunca mais [houvesse] uma bomba atómica neste mundo".
"Em Hiroshima, com 21 anos de idade, fui batizado pela bomba atómica. De repente, um grande clarão. E com o grande impacto, fui arremessado uns 10 metros. Um prédio de dois andares que estava na minha frente foi esmagado instantaneamente", contou Takashi Morita, citado pela imprensa.
Aos 60 anos tornou-se pacifista, tendo fundado a Associação de Sobreviventes da Bomba Atómica no país, que chegou a ter 270 membros.
A filha de Morita recordou o pai, ao G1, referindo que tinha 'na mira' os mais jovens. "O que falava para muitos jovens nas escolas era: 'Nós, velhos, estragámos o mundo. Vocês têm de o consertar”, conta a filha, Yasuko Saito.
Refere ainda que o pai dizia que o trabalho "não tinha sido bem feito" e que devia ter sido feito mais até agora para evitar estes conflitos. "E assim foi uma tristeza que ele acabou levando, porque viu que a Ucrânia, Gaza, essas coisas assim, deixavam ele muito triste. Muito se faz para a guerra, não é? E pouco se faz para a paz. Isso a gente tem que reverter", defendeu.
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