Opositores reclamam por "verdade" e Maduro mobiliza caravana motorizada

Milhares de opositores mobilizaram-se hoje nas principais cidades da Venezuela, em defesa da "verdade" nas eleições presidenciais de 28 de julho, pela vitória do seu candidato, enquanto uma caravana motorizada atravessou Caracas em defesa da reeleição de Nicolás Maduro.

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Lusa
17/08/2024 20:01 ‧ 17/08/2024 por Lusa

Mundo

Venezuela

Em Caracas, os manifestantes começaram a chegar ao ponto de chamada com bastante antecedência em relação à hora marcada, com bandeiras, faixas e cópias dos registos de votação, conforme solicitado pela líder da oposição, María Corina Machado, através das redes sociais desde terça-feira.

 

Milhares de pessoas saíram também às ruas nas principais cidades do país, atendendo ao pedido de Machado e González Urrutia, que instaram os venezuelanos a saírem às ruas acompanhados das famílias, com a bandeira nacional e a ata de votação, que asseguram endossar a vitória de Urrutia nas eleições presidenciais.

As cópias das atas tornaram-se um símbolo da maior coligação da oposição, que afirma ter reunido "83,5%" destes documentos.

Através de um vídeo na rede social X (antigo Twitter), Edmundo González Urrutia pediu aos venezuelanos no exterior para serem "a voz de milhões" daqueles "que tentam silenciar" com "perseguições, prisões, assassinatos e censura", para que "o grito de mudança em paz dê a volta ao mundo".

"Temos os votos, temos as atas e mostrámos ao mundo que ganhámos. Estamos a trabalhar incansavelmente para que possam regressar a uma Venezuela de progresso e bem-estar", afirmou o candidato da oposição, citado pela agência Efe, que apelou aos venezuelanos para se manterem "firmes".

No estrangeiro, foram convocadas manifestações em mais de 350 cidades de todo o mundo, tanto na América como no resto dos continentes, onde os manifestantes mostraram sinais para exigir também a liberdade dos detidos, incluindo o jornalista e membro da equipa nacional de comunicação do Partido Vente Venezuela, Gabriel González, preso há dois meses.

A líder da oposição, Maria Corina Machado, vestida com a sua tradicional blusa branca e empoleirada na plataforma de um camião, foi saudada por milhares de manifestantes, relatou a agência France-Presse.

"Liberdade" e "Edmundo para todo el mundo" gritava-se na multidão à chegada, pelo candidato da oposição, que não é visto publicamente desde 30 de julho.

Entretanto, o partido de Nicolás Maduro convocou também uma marcha por todo o país para hoje, para celebrar o que considera ser a "vitória da revolução bolivariana" nas eleições presidenciais, apesar de vários governos estrangeiros e grupos de observadores que participaram nas eleições colocarem em causa os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Segundo o canal estatal VTV, uma caravana motorizada, que partiu do leste de Caracas, segue em direção ao Palácio Miraflores, sede da Presidência, no oeste da cidade.

Durante o passeio, vários motociclistas manifestaram o seu apoio a Maduro em defesa da "pátria" e contra a "violência", enquanto outros criticaram a oposição.

Numa nota da VTV, o representante da Frente Motorizada de Caracas, Abraham Gallardo, estimou a comparência de "mais de 10 mil veículos motorizados", que partiram do leste de Caracas para "levar a paz e a tranquilidade a todos os venezuelanos".

O CNE ratificou a vitória de Maduro no início de agosto com 52% dos votos, sem fornecer a contagem exata nem as atas das assembleias de voto, alegando ter sido vítima de pirataria informática.

A oposição e muitos observadores lançam dúvidas sobre a realidade deste ataque informático.

Segundo a oposição, que tornou públicos os documentos eleitorais obtidos graças aos seus elementos nas mesas, Edmundo González Urrutia, que substituiu Maria Corina Machado, declarada inelegível, obteve 67% dos votos.

Leia Também: Manifestações juntam venezuelanos pelo mundo contra resultados eleitorais

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