O líder trabalhista emitiu estas declarações em Belfast, depois de se ter reunido com o superintendente da Polícia da Irlanda do Norte (PSNI), Jon Boutcher, que pediu mais apoio de Londres, apesar de se tratar de uma polícia autónoma, dependente do Governo de poder partilhado.
Em resposta aos recentes violentos protestos, cerca de uma centena de agentes de outras unidades da Grã-Bretanha continuam na Irlanda do Norte para ajudar a PSNI, que precisa de pelo menos 1.200 agentes locais adicionais para alcançar os níveis de segurança recomendados, de acordo com um estudo realizado.
Boutcher recordou também que a PSNI é um "caso atípico" em termos de financiamento, quando comparado com os serviços policiais de Inglaterra, Escócia, País de Gales ou mesmo da vizinha República da Irlanda.
"É claro que falámos de recursos e capacidades", afirmou hoje Starmer, sublinhando, contudo, que o principal objetivo da sua visita a Belfast é agradecer pessoalmente aos agentes que lidaram com os distúrbios e reunir-se com as comunidades afetadas.
"Os motins são intoleráveis, injustificados, claramente racistas e não representam a Irlanda do Norte moderna e progressista que eu conheço", afirmou o primeiro-ministro, na sua segunda visita à província britânica desde que assumiu o poder, em julho.
Comprometeu-se igualmente a debruçar-se sobre a ajuda para a PSNI, tanto financeira como "de outras formas", no âmbito de um apoio mais alargado, tanto "a médio como a longo prazo".
Os distúrbios no Reino Unido foram desencadeados por um ataque mortal com faca que vitimou três crianças, incluindo uma portuguesa, a 29 de julho, em Southport (noroeste de Inglaterra).
A polícia deteve o suspeito do ataque, um jovem sobre quem circulavam rumores nas redes sociais, mais tarde desmentidos, de que seria um requerente de asilo ou um imigrante muçulmano. Posteriormente, as autoridades esclareceram que o jovem é natural do País de Gales e filho de pais ruandeses.
Leia Também: Reino Unido vai tratar misoginia como uma forma de "extremismo ideológico"