Kursk? Desnecessária na ausência de restrições a armas, diz Zelensky
O Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, defendeu que a incursão em Kursk não teria sido necessária se os parceiros estrangeiros da Ucrânia tivessem levantado as restrições de uso das suas armas de longo alcance contra a Rússia.
© Ksenia Kuleshova/Bloomberg via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Numa mensagem publicada na segunda-feira à noite, o líder ucraniano acrescentou ainda que o sucesso da incursão na região russa demonstra a "ingenuidade" sobre as "linhas vermelhas" traçadas.
"Há alguns meses, muitas pessoas no mundo se tivessem sabido que estávamos a planear uma operação deste tipo, teriam dito que é irrealista e que é a passagem da supostamente mais vermelha de todas as linhas vermelhas que existem na Rússia", afirmou Zelensky.
Numa reunião com os chefes das missões diplomáticas estrangeiras da Ucrânia em Dnipro (leste), o chefe de Estado acrescentou que "todo o conceito ingénuo e ilusório" que dominou "avaliações da guerra por parte de alguns parceiros desmoronou-se nos últimos dias".
A descrença que teria sido gerada em torno da operação em Kursk foi uma das razões pelas quais "ninguém ouviu falar" da preparação destes avanços, que já provocaram uma grande mudança ideológica, segundo Zelensky.
A incursão permitiu aos ucranianos ganhar o controlo de quase 100 cidades naquela região da Federação Russa, ou seja mais de 1.250 quilómetros quadrados.
"Continuamos a reforçar as nossas posições, a estabilizar as zonas designadas e a reabastecer o fundo de troca para a Ucrânia", disse, referindo-se às numerosas capturas de soldados russos durante o ataque.
Aos diplomatas ucranianos solicitou que intensifiquem os seus esforços para convencer os parceiros, especialmente os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Alemanha, a autorizarem a utilização das suas armas de longo alcance contra alvos militares mais profundos em território russo.
Para o responsável, as bases militares russas, os aeródromos, as instalações logísticas e outras instalações militares são alvos inteiramente legítimos para as forças de defesa ucranianas.
Dada a situação na região de Donetsk (leste), onde continua o avanço das forças russas, um novo atraso dos parceiros da Ucrânia torna-se de facto "um dos pilares mais importantes do potencial ofensivo da Rússia", argumentou.
"Insisto: a reação de Putin à operação na região de Kursk mostra que não há nenhuma razão racional para não nos permitir ser verdadeiramente fortes, verdadeiramente de longo alcance", afirmou ainda.
Entretanto, os serviços médicos russos estimaram hoje em 17 o número de civis mortos e mais de 140 feridos na ofensiva lançada pela Ucrânia no passado dia 06 na região russa de Kursk.
"De acordo com os últimos dados, 17 pessoas foram mortas pelos ataques das Forças Armadas ucranianas e dos mais de 140 feridos, 75 foram hospitalizados, incluindo quatro crianças", detalhou um porta-voz dos serviços médicos à agência noticiosa oficial russa TASS.
Na semana passada, o governador interino da região de Kursk, Alexei Smirnov, informou o Presidente russo, Vladimir Putin, que o ataque ucraniano tinha matado 12 pessoas e ferido 121.
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