A nova lei, denunciada pela Rússia, foi promulgada no Dia da Independência da Ucrânia da União Soviética e dois anos e meio depois de a Rússia ter iniciado a invasão do país.
Na terça-feira, o parlamento ucraniano adotou o projeto de lei que prevê a proibição da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscovo.
Nesse dia, o Patriarcado de Moscovo condenou a "proibição ilegal" na Ucrânia do ramo da Igreja Ortodoxa russa.
Num discurso à nação na noite de quarta-feira, Zelensky disse que esta medida iria fortalecer a independência do país.
"Os ortodoxos ucranianos estão a dar um passo para se libertarem dos demónios de Moscovo", afirmou.
A Igreja visada por esta decisão foi em tempos a mais popular na Ucrânia, um país com uma grande maioria ortodoxa, mas que perdeu muitos seguidores nos últimos anos à medida que o sentimento nacional ucraniano ganhou popularidade face à Rússia.
Este processo acelerou-se com a criação, em 2018, de uma Igreja Ortodoxa ucraniana independente de Moscovo, e, ainda mais, após o início, em fevereiro de 2022, da invasão russa da Ucrânia, abertamente apoiada pelo Patriarcado de Moscovo.
De acordo com meios de comunicação social ucranianos, a Igreja com ligações à Rússia ainda tem cerca de 9.000 paróquias na Ucrânia, em comparação com 8.000 a 9.000 paróquias da sua rival independente.
A Igreja Ortodoxa alvo desta proibição anunciou em maio de 2022 que estava a cortar todos os laços com o Patriarcado de Moscovo e acusou as autoridades ucranianas de perseguição.
Contudo, o Governo ucraniano acredita que a instituição continua dependente da Rússia e vários dos seus dignitários estão a ser alvo de investigações criminais.
Segundo uma sondagem realizada em 2023 pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, 66% dos ucranianos eram a favor da proibição da Igreja ligada a Moscovo.
Além disso, 54% dos ucranianos identificaram-se com a Igreja independente e apenas 4% com aquela que responde perante o Patriarcado russo, de acordo com um estudo de opinião realizado pela mesma organização em 2022, em comparação, respetivamente, com 42% e 18% no ano anterior.
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