As fontes citadas pela agência espanhola EFE, que pediram o anonimato, disseram que a delegação israelita "vai reunir-se em Doha com representantes dos Estados Unidos, Egito e Qatar, que continuam os seus esforços de mediação entre Israel e (o grupo islamita palestiniano) Hamas".
"O objetivo é reduzir as lacunas nas questões pendentes para um acordo de troca" dos reféns israelitas detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos nas prisões de Israel, explicaram.
As fontes sublinharam ainda que a delegação negociadora israelita "chegou a Doha com a sua formação completa, incluindo os chefes da Mossad e do Shin Bet (serviços de informação), bem como o representante do exército" israelita, numa referência velada ao facto de não se tratar de uma equipa técnica de trabalho.
Essa será a primeira ronda de negociações depois daquela que foi concluída domingo no Cairo, na qual "foi discutida com detalhes a retirada (de Israel) do corredor Filadélfia" entre Gaza e o Egito", acrescentaram.
As fontes de segurança egípcias explicaram à EFE que a última ronda no Cairo falhou devido à recusa de Israel em retirar-se daquele corredor -- onde se situa a passagem terrestre de Rafah -- e do corredor Netzarim, que divide a Faixa de Gaza ao meio.
Acrescentaram que Israel insistiu que, se retirar as suas tropas destes dois corredores, uma força árabe ou internacional deveria encarregar-se de administrar esses pontos estratégicos, algo que tanto o Egito como o Hamas rejeitam completamente.
As fontes egípcias sublinharam que a chegada hoje da delegação israelita a Doha ocorre depois de esta ter "terminado as suas consultas em Israel após as conversações do Cairo", embora não tenham oferecido detalhes sobre a nova ronda ou se houve algum avanço.
Outras fontes egípcias sublinharam que o Egito informou Israel que só aceitará a saída total de Israel do corredor Filadélfia como solução para alcançar uma trégua em Gaza, embora aceite que tal seja feito em duas fases, dependendo do cumprimento da troca dos reféns e prisioneiros entre Israel e o Hamas.
Desde o início do conflito, o Cairo tem insistido que os hebreus não podem manter uma presença militar na sua fronteira com Gaza, pois isso apenas geraria instabilidade dentro das suas fronteiras e poderia até levar a uma violação dos acordos de Camp David (1978), que trouxe a paz entre Egito e Israel.
A guerra em curso na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
[Notícia atualizada às 11h25]
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