Presidente guineense lamenta as críticas "dos irmãos" dirigentes timorenses

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, lamentou hoje as críticas dos "irmãos" dirigentes timorenses em relação à Guiné-Bissau que, disse, não pediu para presidir à comunidade de Países dos Língua Portuguesa (CPLP).

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Lusa
28/08/2024 18:04 ‧ 28/08/2024 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

"Sobre as críticas dos nossos irmãos de Timor-Leste em relação à Guiné-Bissau, o que vos quero explicar é de que de facto é lamentável, mas não podemos responder. São nossos irmãos", disse Embaló, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Ministério dos Combatentes da Liberdade da Pátria, em Bissau.

 

O Presidente guineense colocou ainda em causa as capacidades do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, dizendo que "toda a gente sabe que se esquece", e do secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, referindo-se à idade.

Em entrevista à Lusa, por ocasião do 25.º aniversário do referendo que levou à restauração da independência de Timor-Leste, Xanana Gusmão afirmou que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais desde 2014, defendendo que a CPLP tem sido demasiado passiva e deve exigir "mudanças radicais" neste país.

O chefe do Governo timorense referiu ainda que a situação que se verifica desde há uma década na Guiné-Bissau "é uma ameaça real à democracia".

Também em entrevista à agência Lusa, Mari Alkatiri, cujo partido lidera a oposição em Timor-Leste, defendeu que a instabilidade naquele país se deve à "força que atua na Guiné-Bissau", que, "toda a gente sabe, é a droga".

Alkatiri defendeu que, devido àquelas situações, a Guiné-Bissau não estaria em condições de acolher, em 2025, a presidência rotativa e a cimeira de líderes da CPLP.

"O que se passa numa família onde estamos, na CPLP, a Guiné-Bissau não pediu para presidir à CPLP. Não. E, depois a Guiné-Bissau de Umaro Sissoco Embaló, não é arrogância, em qualquer encontro onde estamos todos, ninguém vê Timor-Leste", referiu hoje o Presidente guineense.

Umaro Sissoco  sublinhou que não gostaria de estar a responder "aos irmãos timorenses" sobretudo por ter visitado aquele país em 2023, tendo sido galardoado com a mais alta condecoração.

"Não podem tratar a Guiné-Bissau assim. O que é mais lamentável é ver alguns partidos a congratularam-se com isto. É pena, não é Umaro Sissoco Embaló, é a Guiné-Bissau que está em causa", notou o chefe de Estado guineense.

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) emitiu um comunicado a congratular-se com as observações feitas pelos dirigentes timorenses sobre a situação na Guiné-Bissau.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que recebeu chamadas telefónicas de solidariedade dos presidentes português, Marcelo Rebelo de Sousa, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, com os quais abordou as críticas dos dirigentes de Timor-Leste.

Leia Também: EUA saúdam apoio da Guiné-Bissau a iniciativa contra armas de destruição

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