As circunstâncias da queda do aparelho não foram especificadas pelo Estado-Maior das Forças Armadas que, em comunicado hoje divulgado, indica que aparelhos F-16 foram utilizados para repelir ataques de mísseis da Rússia.
Os caças demonstraram a sua "alta eficiência" e abateram quatro mísseis de cruzeiro inimigos, segundo a nota publicada nas redes sociais.
"Ao aproximar-se do alvo seguinte, o contacto com uma das aeronaves foi perdido. Mais tarde descobriu-se que o avião caiu e o piloto morreu", disse o Exército.
Para esclarecer as causas do incidente, foi criada uma comissão especial.
A Força Aérea Ucraniana, por sua vez, identificou o piloto como o tenente-coronel Oleksí Mes e destacou que "morreu a defender o seu país" e "salvou os ucranianos dos mortais mísseis russos".
De acordo com o Wall Street Journal, que cita um responsável norte-americano sob anonimato, a queda da aeronave foi resultado de um erro do piloto e não de fogo inimigo.
De acordo com a Força Aérea dos Estados Unidos, este piloto de MiG-29 de produção soviética foi treinado em 2019 para pilotar F-15 dos Estados Unidos.
O anúncio da sua morte surge depois de a Ucrânia ter revelado, no início de agosto, que tinha recebido os seus primeiros aviões de combate F-16, após uma espera de mais de dois anos.
O Kremlin também não comentou um possível abate deste F-16, que, devido ao seu potencial para proteger as tropas ucranianas e a sua artilharia na frente de combate, e por ser fabricado pelos Estados Unidos, representa uma aeronave de grande valor para Moscovo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, voltou hoje a apelar aos estados-membros da União Europeia para que tomem decisões que permitam ataques de Kyiv contra "objetivos militares legítimos" em território russo.
Os Países Baixos, que lideram a coligação de fornecimento de F-16 a Kyiv, autorizaram hoje a Ucrânia a utilizar os caças cedidos pelo seu país para atacar o território russo, desde que Kyiv "cumpra as leis da guerra" e tenha as infraestruturas civis como principal "linha vermelha".
O debate ganhou força nos últimos dias como resultado dos bombardeamentos em grande escala na Ucrânia, a par da ofensiva ucraniana contra a província russa de Kursk, onde Kyiv já reivindica o controlo de mais de cem localidades e quase 1.300 quilómetros quadrados de território.
Bélgica, Dinamarca, Países Baixos e Noruega -- todos membros da NATO -- comprometeram-se a fornecer à Ucrânia mais de 60 aviões.
A Ucrânia precisa de pelo menos 130 caças F-16 para neutralizar o poder aéreo russo, de acordo com as autoridades ucranianas.
A primeira entrega foi anunciada em 04 de agosto pelo Presidente ucraniano.
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