No total, desde do início do ano, 2,3 milhões de hectares (15,61% do Pantanal) foram atingidos pelos incêndios, segundo o Lasa-UFRJ.
De acordo com os mesmos dados, 371 mil hectares do bioma foram consumidos em terras indígenas.
As últimas informações do Governo brasileiro apontam que 959 profissionais atuam no combate aos incêndios, apoiados por 18 aviões.
Entre os dias 10 e 21 de agosto, estiveram no Pantanal, na região do Mato Grosso do Sul, dois especialistas enviados por Portugal para uma missão de colaboração na "análise e gestão estratégica" dos incêndios que atualmente assolam a região do Pantanal, adiantou a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).
Na terça-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil deu ao Governo de Lula da Silva 15 dias para reforçar o combate aos incêndios no Pantanal, a maior zona húmida do mundo, e na Amazónia.
Uma decisão do juiz Flávio Dino, ex-ministro da justiça do Governo de Lula da Silva, determina que o Estado brasileiro "mobilize, em até 15 dias, o maior contingente de agentes das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Força Nacional e da fiscalização ambiental para atuar de forma repressiva e preventiva no combate aos incêndios no Pantanal e na Amazónia", a maior floresta tropical do mundo.
Na mesma decisão, o STF determinou ainda um prazo de 90 dias para que o Estado brasileiro mostre um "plano de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal e na Amazónia, que abarque medidas efetivas e concretas para controlar ou mitigar os incêndios que já estão ocorrendo e para prevenir outras devastações".
O Pantanal e a Amazónia registaram um alto número de incêndios nos seus territórios este mês.
No Sudeste, a região mais populosa do país, também foram registadas centenas de incêndios, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Além disso, a seca severa em mais de metade do país está a favorecer a rápida propagação das chamas.
O Governo brasileiro afirma ter uma "forte suspeita" de que a vaga de incêndios que afeta a Amazónia e o Pantanal, bem como a região sudeste, seja o resultado de uma ação criminosa orquestrada.
Nesse sentido, a Polícia Federal indicou hoje que, entre 2023 e 2024, abriu 32 investigações para esclarecer a origem dos incêndios florestais nessas regiões e que criou grupos especiais dentro da instituição que se dedicam exclusivamente a essa tarefa.
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