Países do Pacífico retiram menção a Taiwan após pressão da China

Uma declaração conjunta dos líderes dos países insulares do Pacífico, reunidos esta semana em Tonga, foi republicada hoje, sem reafirmar um acordo assinado em 1992 que autorizava conversações com Taiwan, após pressão da China.

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Lusa
31/08/2024 06:17 ‧ 31/08/2024 por Lusa

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Tonga

Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Fórum das Ilhas do Pacífico tinha rejeitado apelos, apoiados pela China, para cortar relações com Taiwan, dizendo que a aliança regional manteria a política diplomática que tem há décadas.

 

A organização rejeitou as exigências de alguns membros, aliados de Pequim, que tinham instado a organização a deixar de considerar Taipé como um parceiro de desenvolvimento.

A menção de Taiwan na declaração do Fórum despertou de imediato a ira do enviado especial da China à cimeira.

"Deve ser um erro", disse Qian Bo à imprensa. "Sabe, não é certamente o consenso (...) Esta não deveria ser a declaração final. Deveria haver uma correção do texto", acrescentou.

Qian disse que tinha contactado o secretariado do Fórum para esclarecer a situação.

Esta manhã, sem explicações, a organização publicou uma nova versão do comunicado de imprensa em que o parágrafo relativo às "relações com Taiwan" está agora ausente.

A China tem trabalhado para excluir Taiwan -- uma ilha democrática governada de forma autónoma que considera fazer parte do seu território -- dos fóruns internacionais.

As Ilhas Salomão, o principal parceiro de Pequim no Pacífico Sul e que acolherão o Fórum das Ilhas do Pacífico em 2025, pretendiam que Taiwan perdesse o estatuto de parceiro no Fórum, irritando alguns aliados de Taipé.

A aliança regional está dividida entre países que mantêm relações diplomáticas com a China e outros com Taiwan.

Além de Tuvalu, Palau e as Ilhas Marshall reconhecem Taipé.

Palau deverá realizar eleições gerais este ano e os laços diplomáticos com Taiwan - e uma potencial mudança a favor da China - deverão estar entre as questões principais durante a campanha eleitoral.

Nos últimos cinco anos, as Ilhas Salomão, Kiribati e Nauru romperam relações diplomáticas com Taipé a favor de Pequim.

Taiwan enviou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, a Tonga para reforçar os laços com os aliados insulares do Pacífico.

Na quarta-feira, o Fórum aprovou um plano, financiado em cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de euros) pela Austrália, para melhorar a formação policial e criar uma unidade regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da área.

A China mantém uma presença policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.

O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu.

Leia Também: Independentistas da Nova Caledónia perdem presidência do Congresso

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