O alerta foi feito no Seminário Permanente sobre Mobilidade Humana, organizado pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) México, que decorre este fim de semana.
Segundo Alejandra Corona, coordenadora do JRS em Ciudad Juárez, a principal cidade fronteiriça desta zona, "este aumento de 10% reflete as condições extremas e perigosas que os migrantes enfrentam quando tentam atravessar para os Estados Unidos".
As autoridades mostraram-se preocupadas com a situação, apontando o calor extremo e a falta de água como fatores-chave para o aumento do número de mortes.
Além disso, alguns funcionários reconhecem que a militarização da fronteira do lado dos EUA e as políticas mais restritivas estão a forçar os migrantes a seguir rotas cada vez mais perigosas.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) declarou, em setembro do ano passado, que a fronteira entre os EUA e o México é "a rota de migração terrestre mais perigosa do mundo", com mais de 686 migrantes mortos ou desaparecidos ao longo dos seus 3.000 quilómetros de extensão em 2022.
Apesar de o governo mexicano ter anunciado uma descida de mais de 70% desde dezembro nas detenções diárias na fronteira com os Estados Unidos, a migração irregular através do México aumentou 193% no primeiro semestre do ano, para mais de 712.000 pessoas, de acordo com a Unidade de Política de Migração.
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