"O que parece estar a tomar forma na Albânia é uma estrutura que faz lembrar um campo de prisioneiros", criticaram, num comunicado.
Os sindicatos lamentam que o executivo tenha pedido o envio de 50 polícias prisionais para a Albânia, numa altura de emergência nas prisões italianas, que estão sobrelotadas e com falta de guardas.
"Nas próximas semanas, os centros previstos no memorando de entendimento com a Albânia estarão plenamente operacionais para o tratamento dos pedidos de asilo em território albanês, mas sob jurisdição italiana e europeia", declarou a primeira-ministra, Giorgia Meloni, na reunião do Conselho de Ministros de sexta-feira.
A primeira-ministra acrescentou que a Itália está a ultrapassar os problemas não resolvidos que adiaram a abertura das instalações no verão passado, enquanto os partidos da oposição e as ONG se opõem à aplicação do pacto, alegando que este violaria os direitos humanos fundamentais.
"Nos últimos meses, deparámo-nos com várias dificuldades operacionais, mas estamos a ultrapassá-las uma a uma porque acreditamos muito neste projeto inovador", disse Meloni, líder do partido de extrema-direita Irmãos de Itália, que participa no governo com a Liga de extrema-direita e a Forza Italia de centro-direita.
Um mecanismo deste tipo para a gestão da migração é, até à data, inédito noutros países da UE e o governo de Meloni - que tem a migração ilegal como um dos seus principais problemas - procura ser um precursor deste tipo de iniciativa.
A primeira-ministra sublinhou que o plano está a ser uma referência para outros países europeus: "A maioria dos países da UE pediu à Comissão que o utilizasse como modelo para uma solução inovadora", afirmou.
Meloni e o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, assinaram o pacto no final de 2023 para que a Albânia seja o centro de identificação e de detenção dos migrantes resgatados no Mediterrâneo e que serão enviados pelas autoridades italianas para este país dos Balcãs, que não faz parte da UE.
Uma das instalações situar-se-á no porto de desembarque na cidade de Shengjin, e outra numa antiga base aérea do exército em Gjader. Prevê-se que esta última seja utilizada para o tratamento posterior, como o processo de pedido de asilo ou o repatriamento.
Prevê-se que o plano tenha uma duração de cinco anos, com possibilidade de prorrogação. A UE considera que o pacto respeita a lei, enquanto a Amnistia Internacional acredita que abrirá caminho a um sistema de "detenção ilegal" na Europa.
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