"Tentámos salvar quem podíamos". Marinheiro recorda naufrágio em Itália

O britânico disse aos investigadores que acordou "o comandante quando o vento estava a 37 quilómetros por hora".

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© Jonathan Brady/PA Images via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
01/09/2024 15:45 ‧ 01/09/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Itália

O marinheiro Matthew Griffiths, que estava de vigia na noite do naufrágio do iate do magnata britânico Mike Lynch, a 19 de agosto, negou que a tripulação tenha demorado a reagir, tendo assegurado que avisou o comandante neozelandês James Cutfield assim que o vento ganhou força, ao largo da costa da Sicília.

 

“Acordei o comandante quando o vento estava a 37 quilómetros por hora. Ele deu ordem para acordar todos os outros", disse o jovem de 22 anos aos investigadores italianos, segundo noticiou a agência ANSA.

O britânico adiantou que, depois, guardou “as almofadas e as plantas”, além de ter fechado “os vidros da sala na proa e algumas escotilhas”.

“O barco inclinou-se e fomos atirados para a água. Depois, conseguimos emergir e tentámos salvar quem podíamos. Andávamos pelas paredes", contou, acrescentando que não havia alerta de mau tempo.

Recorde-se que, depois de terem colocado o capitão do iate sob investigação por suspeita de negligência e homicídio involuntário múltiplo, os procuradores da localidade siciliana de Termini Imerese decidiram também colocar sob investigação o engenheiro naval Tim Parker Eaton e o marinheiro Matthew Griffiths, não estando afastada a hipótese de outros serem acusados, designadamente o vice-capitão Tijs Koopman, igualmente convidado a permanecer em território italiano durante esta fase da investigação.

Na passada terça-feira, James Cutfield escusou-se a responder às questões dos procuradores, segundo os seus advogados, a quem foi atribuída a defesa na véspera, por estar "exausto".

Na mesma ocasião, os advogados também alegaram que ainda não tinham tido tempo de analisar todo o dossiê e as acusações concretas de que o capitão neozelandês é alvo.

Além de Mike Lynch, 59 anos, e da sua filha Hannah, de 18 anos, morreram no naufrágio o presidente da Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, a sua mulher, Anne Elizabeth Judith Bloomer, um advogado de Lynch, Chris Morvillo, e a sua mulher, Nada Morvillo, assim como um membro da tripulação, Ricardo Thomas, que trabalhava como cozinheiro a bordo. Houve 15 sobreviventes.

Mike Lynch, apelidado de ‘Bill Gates britânico’, festejava neste cruzeiro com amigos, sócios e advogados a sua absolvição, em junho passado, num processo de fraude nos Estados Unidos, quando um minitornado atingiu o 'Bayesian', ancorado ao largo de Porticello, no norte da Sicília, durante uma forte tempestade.

Considerado "inafundável", o iate de luxo foi a única embarcação a naufragar na zona, contribuindo para as suspeitas das autoridades italianas de que houve negligência.

Leia Também: Mais membros da tripulação do iate naufragado na Sicília sob investigação

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