Vários vídeos publicados nas redes sociais na terça-feira mostram bancas de vendedores ambulantes a serem destruídas.
"Ainda não tive oportunidade de falar com o 'Maun Boot' [referindo-se ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão]", disse o Presidente, em tétum, quando questionado pelos jornalistas, num áudio divulgado pela Presidência timorense.
O chefe de Estado salienta que o povo "está pronto para colaborar com o Governo", porque sabe que a "visita do Papa é importante".
O Papa Francisco visita Timor-Leste entre 09 e 11 de setembro no âmbito de um périplo à região que teve início terça-feira na Indonésia e que ainda o vai levar à Papua Nova Guiné e Singapura.
José Ramos-Horta disse também que se o Governo pretende que os vendedores saiam temporariamente dos locais, que fale com eles e lhes atribua uma compensação.
"Mas fazer como eles estão a fazer, estraga a nossa imagem, o nome do Governo", afirmou o Presidente timorense, acrescentando que está pronto para, com o orçamento da Presidência, dar compensações aos vendedores que sofreram prejuízos.
O presidente da Autoridade Municipal de Díli, Gregório Saldanha, condenou também hoje a violência usada contra vendedores ambulantes na capital de Timor-Leste, salientando que o povo continua a ser "vitimizado".
"Como filho deste povo, como parte integrante deste povo, discordo e condeno estes atos de violência. Vitimizam o nosso povo continuadamente. Até hoje continuamos a vitimizar o nosso povo. Há outras formas de resolver estes problemas", disse Gregório Saldanha.
A sociedade civil timorense tem denunciado despejos "forçados e ilegais" realizados pelo Governo, sem terem sido apresentadas alternativas aos visados.
Um grupo de estudantes universitários ativistas dos direitos humanos, representantes dos vários municípios do país, pediu hoje a demissão do secretário de Estado de Estado dos Assuntos da Toponímia e da Organização Urbana, Germano Santa Brites Dias, e pediu o fim da "brutalidade" e de "atos de militarismo".
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