Fim de restrições de armas de longo alcance depende de 4 países

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que apenas os EUA, o Reino Unido, a Alemanha e a França podem levantar as restrições ao uso de armas de longo alcance impostas a Kiev para responder aos ataques russos.

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© Getty Images/ Viktor Kovalchuk/Global Images Ukraine

Lusa
04/09/2024 18:05 ‧ 04/09/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Depende deles, não do resto de outros países amigos", afirmou o chefe de Estado, acrescentando a necessidade da aprovação do uso de armas de longo alcance "por parte daqueles que as dão". "É a eles que compete e não aos outros amigos. Depende dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, da Alemanha", enumerou.

 

Numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro irlandês Simon Harris, que se encontra em visita oficial a Kiev, o ucraniano notou como se perdem pessoas diariamente.

"E a nossa força para resolver estes problemas depende destes quatro Estados", acrescentou Zelensky, que recordou os recentes ataques das forças russas a Kiev e Poltava, bem como os ataques de quarta-feira a Lviv e Krivói Rog.

Enquanto este cenário se coloca à Ucrânia, a Rússia continua a produzir armas apesar das sanções internacionais, graças às ações de outros países, com "o Estado russo a criar vários esquemas para contornar as sanções", lamentou.

"Tudo isto só pode ser travado através de um trabalho conjunto forte e atempado de todos os países que valorizam uma ordem mundial normal e baseada em regras e que querem a paz", referiu após a assinatura de um acordo de cooperação com a Irlanda.

O acordo prevê o compromisso da Irlanda com a Ucrânia durante os próximos dez anos e prevê até 170 milhões de euros para iniciativas de segurança, humanitárias e de infraestruturas até ao final de 2024.

Desde o início da invasão russa, a Irlanda já atribuiu 380 milhões de euros em diferentes pacotes e, até à data, acolheu 109.000 ucranianos. "É cerca de dois por cento da nossa população", afirmou Harris.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Zelensky justifica remodelação com necessidade de "nova energia"

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