"Atípico". Casais que morreram em iate em Itália sem água nos pulmões

As vítimas do naufrágio na Sicília são autopsiadas esta semana. Falta analisar os corpos do cozinheiro, do dono do barco e da filha, mas os especialistas referem que dióxido de carbono se tornou tóxico para quem estava na parte inferior do barco.

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© Jonathan Brady/PA Images via Getty Images

Notícias ao Minuto
05/09/2024 15:19 ‧ 05/09/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Itália

Duas semanas após o naufrágio que matou sete pessoas na Sicília, em Itália, as autópsias começaram a ser realizadas. De acordo com o La Repubblica, na terça-feira, foram feitas as autópsias de Chris Morvillo e Neda Nassiri, revelando um "afogamento seco".

 

Recorde-se que Morvillo foi procurador-adjunto no 11 de Setembro e a sua esposa, Neda, dona de uma linha de joias de luxo Já Bloomer era presidente da Morgan Stanley International e a mulher era membro do conselho da Eve Appeal, uma instituição de investigação de cancro.

A autópsia feita a estas quatro vítimas confirmou que morreram de "afogamento atípico", já que não tinham água nos pulmões, traqueia ou estômago.

Segundo o que os documentos explicam, citados pela imprensa, as vítimas consumiram o oxigénio que 'ficou' numa bolha de ar à medida que o barco ia afundando. Devido à subida da água no interior, esse espaço diminuiu e com o passar do tempo o dióxido de carbono aumentou, tornando-se tóxico.

Os médicos forenses deram conta de que se tratou de "morte por confinamento", ou como também é chamado, segundo a imprensa, "por afogamento seco"

Segundo o  La Repubblica, a autópsia pode dar pistas sobre como tudo se passou, apontando que estariam acordados quando o naufrágio aconteceu. Estas vítimas não terão tido a oportunidade subir ao convés na altura, ficando neste compartimento.

Mulher do dono do Barco terá tentado avisar restantes

O barco pertencia a Mike Lynch, que também morreu, juntamente com a filha Hannah, de 18 anos. Segundo o Repubblica, Angela Bacares, a esposa e mãe, ter-se-á apercebido das más condições meteorológicas e da cabine onde estava chegou ao convés principal - onde já estavam nove dos dez membros da tripulação. Recorde-se que a 7.ª vítima mortal era o cozinheiro, Recaldo Thomas.

Segundo o que escreve a imprensa, o iate estava a abanar, os móveis a cair no chão e a mulher só pensava em salvar a família. A mulher ter-se-á cortado num vidro - que a impediu de andar na semana seguinte - e caiu, e não conseguiu chegar à parte inferior, onde a filha e o marido estavam.

O La Repubblica aponta então que se as sete pessoas na parte inferior tivessem chegado ao convés teria sido o "suficiente" para se salvarem, dado que todos os outros que lá estavam sobreviveram.

"Provavelmente", devido à falta de oxigénio, sofreram um espasmo na traqueia - e a causa de morte será confirmada com análises aos tecidos, mas todos os envolvidos estão de acordo em relação ao "afogamento seco". Entre os exames, há também exames toxicológicos para avaliar as condições psicofísicas em que as vítimas se encontravam no momento em que foi dado o alarme.

As autópsias restantes, aos corpos de Recaldo Thomas, Mike Lynch e Hannah Lycnh estão marcadas para sexta-feira.

Leia Também: Das joias ao 11 de Setembro. Quem desapareceu no naufrágio na Sicília?

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