Ex-PM guineense considera verdadeiras declarações de líderes timorenses sobre país
O ex-primeiro-ministro guineense Nuno Nabiam disse hoje que as declarações de líderes timorenses sobre a situação da Guiné-Bissau "são verdadeiras" e que os dirigentes do país apenas devem corrigir "o que têm feito de errado".
© Lusa
Mundo Nuno Nabiam
Nabiam fez esta observação em declarações perante militantes do Fórum da Salvação da Democracia (FSD), uma plataforma criada entre o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) e a Aliança Kumba Lanta, integrada pelo Partido da Renovação Social (PRS) e pela Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
O Madem que faz parte deste fórum é a ala leal ao coordenador do partido, Braima Camará. Existe uma outra ala do mesmo partido, liderada por Satu Camará e que é fiel ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, entretanto, incompatibilizado com Braima Camará.
A partir de hoje, Nabiam assume a coordenação do FSD, criado em março passado, para, entre outros, lutar pela "restauração da democracia", que diz estar em perigo a partir do momento em que o Presidente guineense dissolveu o parlamento, em dezembro de 2023.
No seu discurso, o ex-primeiro-ministro voltou a desferir ataques à forma como Sissoco Embaló tem gerido a Guiné-Bissau e questionou a razão deste se enervar com as críticas de dirigentes timorenses sobre a situação no país.
O líder do Governo de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse, recentemente, numa entrevista à Lusa, que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais e o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, declarou que a "força da droga é que atua" no país.
"O que disseram Xanana e Alkatiri é a pura realidade do nosso país. Não disseram nada que não esteja a acontecer neste momento na Guiné-Bissau. Não há droga? Não há golpes constitucionais? Quem está a praticar estes golpes?", questionou Nuno Nabiam.
A estas perguntas, os presentes respondiam: "Sissoco Embaló".
O ex-primeiro-ministro guineense e líder da APU-PDGB defendeu que os dirigentes do país "apenas devem corrigir o que está mal" e abster-se de rebater críticas.
"Xanana é do nível de Amílcar Cabral, atacá-lo é uma vergonha para nós", afirmou Nuno Nabiam, em alusão ao fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.
Em reação às críticas de Xanana Gusmão e Mari Alkatiri, o Presidente guineense lamentou que tenham ocorrido por se tratar de um país irmão.
Contudo, Sissoco Embaló colocou em causa as capacidades de Xanana Gusmão, dizendo que "toda a gente sabe que se esquece", e de Alkatiri, referindo-se à sua idade.
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