Michel realça "capacidade de ouvir, respeito e transparência" de Barnier

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, realçou hoje "a capacidade de ouvir, respeito e transparência" do agora nomeado primeiro-ministro francês e antigo negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, qualidades agora "ao serviço de França".

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© Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images

Lusa
05/09/2024 17:18 ‧ 05/09/2024 por Lusa

Mundo

França

"Felicito Michel Barnier. A Europa beneficiou muito com a sua capacidade de ouvir, o seu respeito pelos outros e a sua transparência nas negociações", escreveu Charles Michel, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

 

"Desejo-lhe o maior sucesso pois mais uma vez coloca as suas qualidades ao serviço da França", adiantou o responsável belga.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou hoje o antigo negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, como novo primeiro-ministro de França após mais de 50 dias de governo provisório.

A nomeação do conservador Barnier, de 73 anos, segue-se a semanas de intensos esforços do Presidente e dos seus assessores para encontrar um candidato que possa ser capaz de construir apoios no parlamento.

O antigo ministro e ex-comissário europeu ficou responsável por "formar um governo de unidade ao serviço do país e do povo francês", afirmou a Presidência francesa, em comunicado.

A nomeação de Barnier surge "após um ciclo de consultas sem precedentes", em que o Presidente "assegurou que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para a maior estabilidade possível".

A sua nomeação foi anunciada minutos depois de ter saído de uma reunião privada com Macron no Palácio do Eliseu.

A tomada de posse de Barnier teve lugar esta tarde, às 16:00 (15:00 de Lisboa), no Palácio Matignon, residência oficial do chefe de governo.

Barnier será o primeiro-ministro mais velho da Quinta República e substituirá o mais jovem de sempre a ocupar o cargo, Gabriel Attal, que tomou posse em janeiro com 34 anos.

A nomeação surge após duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando se completam dois meses da segunda volta das eleições legislativas, que resultou numa Assembleia Nacional sem uma maioria clara e extremamente dividida.

A escolha de Barnier acontece depois de várias personalidades terem enfrentado vetos da esquerda e da extrema-direita, dois dos três principais blocos da atual Assembleia Nacional.

A secretária nacional do partido ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de se submeter à líder da extrema-direita Marine Le Pen depois das ameaças de censura a outros potenciais primeiros-ministros, como o conservador Xavier Bertrand.

"No final, sabemos quem decide. O seu nome é Marine Le Pen. É a ela que Macron decidiu submeter-se", criticou Tondelier, em declarações à FranceInfo.

O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política em França e nas instituições europeias.

O seu último cargo foi o de negociador europeu para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu por duas vezes com as tutelas do Mercado Interno (2010-14) e da Política Regional (1999-2004).

Foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2004 e 2005, durante a presidência de Jacques Chirac, e ministro da Agricultura entre 2007 e 2009, com Nicolas Sarkozy no Eliseu, tendo antes disso sido ministro do Ambiente e dos Assuntos Europeus.

Iniciou a carreira política em 1973, tendo também sido eurodeputado, deputado e senador em França.

Leia Também: Presidente do Parlamento Europeu salienta "liderança e visão" de Barnier

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